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Sapadores florestais obrigados a combater incêndios, apesar de não terem seguro

04 ago, 2017 - 13:50

Jaime Marta Soares estranha a acusação. Pode haver colaboração em casos de emergência, diz, mas nenhum comandante de bombeiros ultrapassa as suas competências.

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Há equipas de sapadores que são obrigados a combater incêndios apesar de o seu seguro de trabalho não o prever.

A denúncia é feita pelo director da Associação de Desenvolvimento Rural de Lafões, em Viseu, uma das regiões do país com maior densidade florestal.

Os sapadores têm por função fazer vigilância e o primeiro combate aos incêndios, mas na chegada dos bombeiros voluntários devem ceder o combate às chamas a estes. Mas em declarações à Renascença, Rui Machado diz ter conhecimento de situações em que os sapadores recebem ordem para permanecer no terreno depois da primeira intervenção.

“Os sapadores conseguem quase sempre chegar ao local de ignição primeiro que os bombeiros. Quando os bombeiros chegam ao local os sapadores têm de se retirar, mas não é isso que acontece e às vezes a realidade é que engatam as mangueiras de abastecimento de água às mangueiras dos sapadores, comprometendo-os a ficar no local sem se poderem retirar.”

A gravidade do problema decorre do facto de os sapadores não terem cobertura de seguro para este tipo de actividade. “Os seguros que cobrem os trabalhos dos sapadores são para silvicultura preventiva, trabalhos de vigilância e de primeira intervenção, não para combate. Se algum acidente acontecer é claro que os seguros vão saltar fora e vai haver aqui uma responsabilização para a entidade gestora da equipa.”

Confrontado com estas acusações, Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros, estranha a informação e sugere que Rui Machado possa estar a fazer alguma confusão.

“É capaz de haver alguma confusão ou precipitação de quem está a fazer declarações nesse sentido. Se por ventura em qualquer momento, numa situação de emergência colaborarem – porque têm ali viaturas com água, ferramentas, porque podem estar em perigo pessoas e habitações – isso são situações que não sendo de ordem obrigatória para os sapadores, são de senso comum, para os quais pode haver uma colaboração”, diz.

“Mas que haja uma assunção de responsabilidade de um comandante de bombeiros a mandar fazer isto ou aquilo, não acredito. Só estando no terreno, porque eu não acredito que em circunstância alguma nenhum comandante de bombeiros ultrapasse as suas competências e o exercício das suas funções”, acredita Jaime Marta Soares.

Comentários
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  • Bela
    05 ago, 2017 Coimbra 00:23
    Na época de Verão, para as praia é obrigatório haver nadadores-salvadores, e convém não esquecer que um O Nadador-Salvador é um profissional que exerce a actividade de salvamento em meio aquático, e para a poder executar tem de fazer um curso. Já que à tempos para cá há quem se referi à catástrofe dos fogos que tudo destroem, como época de Incêndios, creio que é tempo de também se prepararem pessoas, com cursos que as ensinem como combater um incêndio. E não o que se tem visto! Que parece que há quem queira ver o país a arder.
  • Francisco António
    04 ago, 2017 Setúbal 14:54
    Numa orquestra, cada um toca o seu instrumento sob orientação da maestrina ! Na ausência do violinista, este não é substituído pelo trompetista ! Num hospital, na ausência do cardiologista ou anestesista, não avança o urologista ! Ou há organização ou então temos o que temos: tudo ao molho e fé em quem ?
  • Neste país
    04 ago, 2017 Pt 14:15
    É dificil agradar a gregos e troianos! Cada um debita acusações mesmo não sabendo o que dizem! Para inventores e intriguistas não falta nada ao portuga! E os media aproveitam muitas vezes entrando com opiniões sem se limitarem a informar! "Este país é um colosso, está tudo grosso"!!!!!

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