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Nem sobre como deixar morrer Charlie há entendimento

25 jul, 2017 - 20:49

Os pais querem levar o bebé para casa para morrer, mas o hospital diz que isso não é possível. Juiz tomará decisão final quarta-feira ao princípio da tarde.

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A triste saga de Charlie Gard, o bebé inglês de 11 meses que sofre de uma doença raríssima e degenerativa e que tem estado no centro de uma batalha legal entre os pais e o hospital onde recebe tratamento, não tem meio de chegar pacificamente ao fim.

Depois de vários meses a contestar a escolha do hospital de desligar o suporte artificial de vida de Charlie, os pais reconheceram que a condição de saúde do seu filho já não é recuperável e aceitaram deixá-lo morrer, ressalvando, todavia, que se tivesse recebido o tratamento experimental que queriam para ele mais cedo teria tido hipótese de recuperar até certo ponto.

O hospital de Great Ormond Street saudou a decisão dos pais, mas entretanto surgiu uma nova disputa. Os pais querem levar Charlie para morrer em casa, mas o hospital diz que isso não é possível.

O advogado dos pais acusa o hospital de colocar “obstáculo atrás de obstáculo” no caminho da família de Charlie, mas a advogada do Great Ormond Street nega, dizendo que Charlie precisa de uma equipa de especialistas a administrar cuidados especializados constantes e que o ventilador que o mantém vivo não passa sequer pela porta da frente dos pais do bebé.

Perante o desacordo, o juiz que preside ao caso lamentou o estado a que chegou a relação entre pais e hospital mas disse que o mais viável parece ser deixar sair o bebé para um hospício, onde os seus pais possam estar com ele algum tempo antes de se desligar o suporte de vida. Os pais queriam ter quatro dias com o seu filho.

Caso não surja nenhuma novidade, o juiz diz que tomará a sua decisão final na quarta-feira às 13h00.

O caso de Charlie Gard atraiu as atenções do mundo à medida que o caso em tribunal foi avançando. No Reino Unido quando um doente é menor e os médicos e os pais discordam sobre o que defende melhor os seus interesses, são os tribunais que decidem.

Os pais queriam levar Charlie para os Estados Unidos para fazer um tratamento experimental, mas o hospital dizia que não havia qualquer garantia de que o tratamento ajudasse de facto o bebé e que mantê-lo vivo seria sujeitá-lo a sofrimento desnecessário.

Donald Trump comentou o caso num tweet, dizendo que os EUA estavam prontos a ajudar no que fosse preciso e o Papa Francisco também pediu que fossem respeitados os desejos dos pais.

Comentários
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  • Maria Catarina Lopes
    26 jul, 2017 Porto 11:43
    Há comentadores que não devem ler as noticias no seu todo e por isso são induzidos em erro...agora só falta que os pais queiram sepultar o miúdo no jardim ou então mantê-lo numa arca frigorífica. A unica diferença entre este caso e miles de casos que existe no mundo é que este tem muita publicidade.... e é inglês.
  • FIlipe
    25 jul, 2017 évora 23:30
    Inacreditável o ponto vista médico , se para pessoas por vezes idosas já quase acamadas e que já viveram tudo , mas devido a vícios da sociedade , estragaram o coração e não existe dador compatível , gastam mundos e fundos para lhes mester um artificial e no entanto não lhe vai dar nova juventude , continua dependente de drogas e rotinas diárias com o aparelho de alto custo . Uma criança querem logo desligar a máquina ... deviam ter a máquina ligada e toda a tecnologia possível ligada até que a máquina humana desligue e fariam de tudo para atenuar o sofrimento . Agora desligar por desligar ? É um retirar de vida antes de tempo ! No caso do tipo do coração , se não o mudasse também o humano desligava ... raios os partam a todos !

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