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Cáritas de Coimbra vai reconstruir 66 casas que arderam no incêndio de Pedrógão

24 jul, 2017 - 22:16 • Elsa Araújo Rodrigues

A responsável da Cáritas diz que as equipas no terreno não têm indicação de que tenha havido mais mortos do que os números oficiais, e explica que a responsabilidade pelo apoio psicológico às vítimas e familiares é da Administração Regional de Saúde.

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Mais de um mês depois da tragédia de Pedrogão Grande está a avançar no terreno a listagem das casas que precisam de reconstrução total ou parcial.

A Cáritas de Coimbra é das instituições que vai ajudar a reconstruir habitações com ajuda de donativos em numerário de mais de 1.600.000.

A Cáritas de Coimbra de já recebeu a lista de 66 habitações, distribuídas por seis concelhos: 23 casas em Castanheira de Pêra, 19 em Pedrogão Grande, três na Pampilhosa da Serra, 10 na Sertã, 1 em Penela e 10 casas em Góis, ou seja, 66 casas que precisam de ser reconstruídas.

Mariana Figueiredo é a responsável da equipa no terreno que está a fazer o cruzamento dos dados, para dar prioridade às intervenções urgentes: “Cada um dos municípios apresentou-nos uma listagem de casas que carecem de intervenção total ou parcial. Estamos a contactar os proprietários para fazermos uma priorização dessas listagens para vermos quais são as situações de maior fragilidade social, agregados mais numerosos, para tentar priorizar, sob pena de não conseguirmos chegar a todos.”

“A ideia é entrarmos, começar a fazer o nosso trabalho de reconstrução, mas priorizando aquelas que são mais importantes e aquela em que a intervenção é mais urgente”, explica.

Para reconstruir estas casas a Cáritas de Coimbra está a utilizar a verba que angariou através de uma conta solidária e também de um peditório. “A verba foi disponibilizada pela Cáritas Portuguesa, pela Cáritas Diocesana de Coimbra, pelos donativos que nos foram chegando quer de anónimos, quer de empresas e também pelo peditório que foi feito no dia 2 de Julho, em todas as paróquias”, diz Mariana Figueiredo.

Tendo equipas no terreno, a contactar de perto os proprietários das casas que precisam de ser reconstruídas, a Renascença perguntou a Mariana Figueiredo o que é que as pessoas dizem sobre a polémica relativa ao número de vítimas.

“Das equipas que temos no terreno não há qualquer informação sobre alguma celeuma em relação ao número de vítimas. Nós fizemos o levantamento possível em relação ao número de vítimas, nomeadamente em Castanheira de Pêra, onde integrámos desde logo as equipas de apoio psicossocial. Até ao momento, não tivemos qualquer informação de que os números fossem maiores.”

“Em Pedrogão, estamos a trabalhar com os números que nos foram dados, mesmo até ao nível dos feridos que ainda se encontram internados. E até agora ainda não encontramos nenhuma discrepância”, insiste.

No dia depois de a Associação das Vítimas de Pedrogão Grande se ter queixado de falta de apoio psicológico, a responsável da Cáritas de Coimbra diz que a responsabilidade de fornecer apoio psicológico continuado cabe à Administração Regional de Saúde.

“Inicialmente, o apoio psicológico foi prestado por via da situação de emergência que foi decretada. Foram mobilizados recursos a esse nível, mas que não passavam disso, de uma situação de emergência, e que entretanto desmobilizaram ao final da primeira, segunda semana, no máximo.”

“A Administração Regional de Saúde do Centro tem vindo a assumir o acompanhamento psicológico, quer com a disponibilização de psiquiatras, quer com a disponibilização de psicólogos. Por forma a dar também um apoio de continuidade. Estamos falar de uma situação que já não é de emergência, será um acompanhamento continuado e alargado no tempo. Sei que as equipas estão disponíveis até para ir ao terreno, se houver alguma situação em que as pessoas não consigam deslocar-se ao local. Mas, à partida, as situações que encontramos vamos sinalizando e não tivemos, até ao momento, qualquer informação por parte da Administração Regional de Saúde do Centro que não tivesse conseguido dar resposta”, diz.

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  • Bela
    24 jul, 2017 Coimbra 23:31
    A 05 Jul, 2017, aos microfones da RTP, algumas individualidades afirmavam que a reconstrução de casas arrancaria na semana seguinte. Três semanas depois...

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