22 jul, 2017 - 00:53
A greve dos trabalhadores da PT/MEO é legítima, afirmou esta sexta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, em entrevista à RTP.
O “número dois” do Governo compreende os protestos e as preocupações dos trabalhadores da empresa propriedade da multinacional Altice.
Augusto Santos Silva admite que, se trabalhasse na empresa, teria também aderido à paralisação desta sexta-feira, a primeira em dez anos.
“Eu sou dos que compreendem muito bem a luta que está a ocorrer hoje na PT, porque se eu fosse trabalhador da PT, se eu estivesse na PT há 20 ou 30 anos e fosse agora colocado numa empresa subsidiária, mantendo os meus direitos apenas por um ano, eu também se calhar estava a fazer a greve e a manifestar-me”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Os trabalhadores da PT/MEO fizeram greve esta sexta-feira e manifestaram-se em Lisboa contra a transferência compulsiva de funcionários para outras empresas.
Em causa está a mudança de mais de 150 trabalhadores para empresas do grupo da multinacional de comunicações e conteúdos de origem francesa Altice, que detém a PT Portugal, como a Tnord, a Sudtel ou a Winprovit e ainda para a parceira Visabeira, recorrendo à figura de transmissão de estabelecimento, prevendo-se a conclusão do processo até final do mês.
O secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, anunciou quarta-feira, no parlamento, que "está já em curso uma acção inspectiva" desencadeada pela Autoridade das Condições de Trabalho (ACT) sobre o processo de transferência de trabalhadores da PT Portugal para outras empresas.
O português e co-fundador da Altice Armando Pereira declarou entretanto que o Governo português, "muitas vezes, não vê essa importância" do investimento que está a ser feito na economia de Portugal.