20 jul, 2017 - 18:34
A Procuradoria anticorrupção de Espanha pediu prisão preventiva, sem fiança, para o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Ángel Villar e para o seu filho, acusados de desviar 45 milhões de euros do organismo.
Inmaculada Violán e Esther González, as procuradoras encarregues do caso que caiu que nem uma "bomba" no futebol do país-vizinho, requereram ainda ao juiz Santiago Pedraz que, para além Villar e do seu filho, Gorka, seja determinada igual medida ao presidente da federação de Tenerife, Juan Padrón.
Tal como estava previsto desde segunda-feira, dia em que o líder da RFEF foi detido, Villar foi interrogado sobre as operações verificadas entre a RFEF e a empresa Santa Mónica Sports, assim como o seu património e questões profissionais.
Agora, de acordo com a agência noticiosa EFE, assim que sejam cumpridos os trâmites para adopção de medidas cautelares, o juiz vai decidir, ou não, se confirma a pena de prisão.
Operação "Soule" em quatro parágrafos
Ángel Villar, que ocupa também o cargo de vice-presidente da UEFA foi detido, na manhã de segunda-feira, por suspeitas de corrupção, numa operação denominada pelas autoridades como "Soule".
Além do dirigente, também o seu filho, Gorka Villar, foi detido pela Guardia Civil, numa operação anti-corrupção que abarcou uma dezena de registos e detenções de cargos desportivos.
Na base das detenções de Ángel e Gorka Villar, está um suposto esquema económico em proveito próprio e em prejuízo da RFEF. Investiga-se, ainda, um suposto favorecimento de Ángel Villar a dirigentes regionais, usando arbitrariamente dinheiro da RFEF, de modo a garantir apoios com vista à sua reeleição e consequente continuidade no topo do futebol espanhol.
Com efeito, Villar foi reeleito, em Maio, para mais um mandato de quatro anos. Leva já 29 anos como presidente da Federação espanhola e, se esgotar este último mandato, que o próprio garantiu que seria mesmo o derradeiro à frente do futebol espanhol, completará 32 anos no cargo.