20 jul, 2017 - 16:30 • Sandra Afonso
Portugal produziu menos fruta, vinho, azeite, leite e ovos no ano agrícola 2015/2016, por força das condições do tempo.
A instabilidade meteorológica e o o "tempo fora de época" obrigou o país a importar mais frutas e legumes e os preços chegaram a atingir subidas superiroes ae 20%.
Dados revelados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o último ano agrícola, 2015/2016, foi marcado por temperaturas médias muito superiores ao normal e, em matéria de precipitação, foi mesmo considerado um ano seco.
A ausência de frio no Inverno afectou particularmente os pomares. A Pimavera de 2016 trouxe frio e muita chuva e Maio foi o Maio mais chuvoso dos últimos 22 anos, o que dificultou a entrada de máquinas nos terrenos e o desenvolvimento das árvores de fruto. Só a produção de cereais beneficiou com a água extra. Seguiu-se um Verão com temperaturas extremamente altas, as maiores desde 1931.
O país acabou por recorrer ao estrangeiro e a importação do grupo “frutas, citrinos e melões” aumentou quase 22% - mais 121 milhões do que no ano anterior - passando do 5.º lugar para 3.º na lista dos principais produtos agrícolas que o país importa.
Para o ano agrícola em curso, as previsões do INE apontam para a recuperação da produção de fruta, mas a falta de chuva na Primavera prejudicaram a produção de cereais:
Depois da pior campanha de cereja da última década, o INE diz que este ano a produtividade vai aumentar. Igual é a tendência na produção de pêssego.
Já nos cereais, e ao contrário do último ano, é esperada uma queda generalizada, devido às altas temperaturas e falta de humidade.
Nas culturas de Primavera/Verão, a plantação de milho diminuiu 5%, devido aos baixos preços de mercado. O arroz caiu também 5%, com a descida dos níveis de água nas albufeiras, e o girassol desceu 10%.
Nos produtos de origem animal, a informação já disponível para este ano aponta para a diminuição do abate de gado de 9%. Aves e coelhos são a excepção, com um aumento de 1%.
A produção de ovos e leite de vaca e derivados continuará em queda.