Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Presidente da Federação espanhola de futebol detido por suspeitas de corrupção

18 jul, 2017 - 09:23

Ángel María Villar, também vice-presidente da UEFA, e o seu filho, Gorka Villar, estão envolvidos numa alegada rede de favores e enriquecimento próprio, em prejuízo da RFEF.

A+ / A-
Presidente da Federação Espanhola de Futebol detido por suspeitas de corrupção
Presidente da Federação Espanhola de Futebol detido por suspeitas de corrupção

O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e vice-presidente da UEFA, Ángel María Villar, foi detido por suspeitas de corrupção, esta terça-feira, adianta o jornal espanhol "El País".

Além do dirigente, também o seu filho, Gorka Villar, foi detido pela Guarda Civil, numa operação anti-corrupção que abarcou uma dezena de registos e detenções de cargos desportivos.

Na base das detenções de Ángel María e Gorka Villar, está um suposto esquema económico em proveito próprio e em prejuízo da RFEF. Investiga-se, ainda, um suposto favorecimento de Ángel María Villar a dirigentes regionais, usando arbitrariamente dinheiro da RFEF, de modo a garantir apoios com vista à sua reeleição e consequente continuidade no topo do futebol espanhol.

Villar foi reeleito, em Maio, para mais um mandato de quatro anos. Leva já 29 anos como presidente da Federação espanhola e, se esgotar este último mandato, que o próprio garantiu que seria mesmo o derradeiro à frente do futebol espanhol, completará 32 anos no cargo.

Segundo o "El País", a investigação decorre há mais de um ano, por supostos delitos de corrupção entre particulares, falsificação, administração desleal e apropriação indevida.

Tal pai, tal filho. Alegadamente.

Gorka Villar, um dos principais implicados no caso, ocupa, desde finais de 2014, o cargo de director-geral da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), embrião da rede de corrupção que afectou altos dirigentes da FIFA.

Villar filho, advogado, trabalhou para algumas federações regionais espanholas, às quais prestou assessoria jurídica, com minutas de até 30 mil euros. Nunca foi funcionário da RFEF, ainda que, nos últimos anos, tenha sido um "faz-tudo" do seu pai naquele organismo.

Gorka colaborou, por exemplo, na candidatura ibérica com que Portugal e Espanha se apresentaram à organização do Mundial 2018, sob investigação da justiça suíça, por alegado pagamento de comissões. O seu nome tem sido, também, implicado no escândalo que afecta dirigentes a CONMEBOL.

Eugenio Figueredo, ex-presidente desse organismo, foi detido e extraditado em Dezembro de 2016, da Suíça para o Uruguai, o seu país de origem, onde confessou a existência de corrupção durante os seus 20 anos à frente da CONMEBOL. Admitiu, ainda, o recurso a práticas corruptas, nas quais implicou Gorka Villar.

Outros ilustres detidos e "La Roja" a corar

Além dos dois Villar, está também prevista a detenção do vice-presidente económico da RFEF, Juan Padrón, entre outros dirigentes desportivos, por susepita da prática de delitos que remontam ao ano 2009 e posteriores.

A investigação revela que Villar, como presidente da RFEF, propiciou adjudicações de contratos a firmas às quais o seu filho estava vinculado, em claro prejuízo das finanças da RFEF e para enriquecimento de ambos. Não há, ainda, valores oficiais para o montante alegadamente defraudado.

Uma das sociedades investigadas é a Sports and Advisers, escritório de advogados em que Gorça Villar figura como administrador único. Através deste escritório, desde a sua criação, em 2011, Villar filho teria obtido benefícios milionários, graças à sua influência na RFEF, pela mão do seu pai e das amizades deste na FIFA.

Pelas suas mãos passava a gestão dos direitos de imagem e retransmissão de jogos da selecção espanhola, que também se vê implicada nas pesquisas, devido às alegadas manipulações praticadas pelo seu máximo responsável. Vários compromissos de "La Roja" estão sob suspeita policial.

Os detidos serão interrogados pela Guarda Civil. Na quarta-feira ou mais tarde, prestarão declarações ante o juiz Santiago Pedraz.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • VICTOR MARQUES
    18 jul, 2017 Matosinhos 12:22
    Este "negócio" de corrupção deve ser muito rentável! Até as altas figuras de estado, lá como cá, "investem" nele!!!...
  • Toninho Marreco
    18 jul, 2017 Ponte do Lima 12:05
    Pois que peça para ser julgado em Portugal e verá como a coisa lhe corre muito bem .
  • Xico Lopes
    18 jul, 2017 Lisboa 11:25
    Um bom exemplo que chega de Espanha.
  • Leão de Amsterdam
    18 jul, 2017 Amsterdam 10:17
    Só faz falta as autoridades Portuguesas irem á FPF e seus tentaculos e fazer o mesmo não ao presidente mas ao resto da escumalha que por lá vegeta e corrompe (retira-se um castigo ao FCP para fazer o mesmo aos criminosos dos e-mails)

Destaques V+