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​Marcelo visita o México para sarar “feridas” económicas

16 jul, 2017 - 15:22 • Eunice Lourenço , com Lusa

Ministro da Economia acompanha Presidente numa visita de Estado em que também vai estar Paulo Portas.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, chega este domingo ao México para uma visita de Estado de dois dias, com a qual o Governo pretende ultrapassar reservas do Governo e das empresas mexicanas depois da reversão da subconcessão dos transportes públicos do Porto, que chegou a ser estregue à empresa mexicana Alsa. Um episódio que, nas palavras do próprio Marcelo, deixou “feridas” na relação entre os dois países.

Ao que a Renascença sabe, o Governo de António Costa – que decidiu a reversão dessa concessão que tinha sido decidida pelo executivo de Passos Coelho – fez grande questão nesta visita de Marcelo Rebelo de Sousa. Uma fonte que participou na preparação da viagem disse mesmo à Renascença que esta é uma visita feita a pedido do Governo, que quer reforçar os laços comerciais com o México e aumentar as exportações para aquele país. Já o Presidente preferia estar em Portugal nesta altura, eventualmente para fazer mais uma visita à zona afectada pelo incêndio de Pedrógão Grande, em que morreram 64 pessoas. Marcelo tem visitado a região com regularidade e na segunda-feira completa-se um mês sobre a tragédia.

Em declarações à agência Lusa, antecipando a visita, Marcelo assumiu que é preciso “ultrapassar as feridas” do investimento mexicano nos transportes do Porto. Classificou o caso como “um episódio pontual”, mas reconheceu que deixou “feridas” que é preciso superar. E vai tentar ajudar a superá-las e a “criar uma parceria”, que não passar apenas por aumentar o comércio, mas também que faça subir o investimento português no México e o investimento mexicano em Portugal.

A presença do Presidente na Cidade do México dá outra força ao Forum Empresarial que irá decorrer na terça-feira e no qual participam várias empresas portuguesas como a Mota-Engil, a Efacec, a Visabeira, os bancos Millennium e Santander e a farmacêutica Bial.

A agenda do Presidente – que este domingo só tem a cerimónia de boas-vindas – na prática começa na segunda-feira com uma visita, precisamente, à sede da Mota-Engil no México, onde esta empresa está há dez anos. E a acompanhá-lo terá Paulo Portas, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e antigo vice-primeiro-ministro que, entre as várias funções que agora exerce, é presidente do Conselho Estratégico da Mota-Engil para a América Latina. Além disso, é consultor da petrolífera mexicana Pemex.

Portas também marcará presença no fórum económico que decorre no último dia desta visita de Estado, em que o Presidente terá a companhia do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, da secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, Teresa Ribeiro, o presidente da Agência para o Investimento e Comércio de Portugal (Aicep), Luís de Castro Henriques, e deputados de quatro partidos: Luís Campos Ferreira (PSD), Edite Estrela (PS), Nuno Magalhães (CDS) e Rita Rato (PCP). Como é habitual, o Bloco de Esquerda não se faz representar nesta visita de Estado. Os bloquistas só vão em visitas a países onde existam grandes comunidades portuguesas.

Na segunda-feira, depois da visita à Mota-Engil, decorre toda a parte mais institucional da visita: deposição de coroa de flores no Altar da Pátria, cerimónia oficial de boas-vindas no Palácio Nacional, encontro e almoço com o Presidente da República. Ao fim da tarde, o Presidente da República visita a catedral da Cidade do México e o Templo Mayor (as ruínas de um dos principais templos aztecas naquela que era a sua capital). À noite, Marcelo janta com a comunidade portuguesa.

Na terça-feira, o Presidente participa na sessão de abertura do Seminário Empresarial “México e Portugal – uma viagem comum”. Depois visita o Museu Frida Kahlo e regressa a Lisboa.

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  • VICTOR MARQUES
    17 jul, 2017 Matosinhos 08:20
    Que traga de lá um "Sombrero" que, certamente, lhe ficará bem, para aqui usá-lo nos seus "passeios" de Estado...

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