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Coimas dos transportes reduzidas e desconto para quem pagar voluntariamente

07 jul, 2017 - 16:54

Empresas de transportes públicos registam anualmente 100 mil infrações e 12 milhões de euros em coimas, muitas das quais acabam por não ser cobradas.

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O Governo alterou o regime sancionatório aplicável às infracções ocorridas nos transportes colectivos de passageiros, que contempla a redução do valor das coimas e a reintrodução do pagamento voluntário às empresas, com um desconto do 50%.

O futuro diploma, aprovado no Conselho de Ministros de quinta-feira e que "entrará em vigor nas próximas semanas", após promulgação do Presidente da República, prevê uma coima mínima de 120 euros para os transportes colectivos urbanos e de 250 euros para os comboios inter-regionais ou de longo curso.

"O objectivo desta alteração, a este regime das contra-ordenações nos transportes, é introduzir mais justiça no sistema. Desincentivar as viagens sem título pago, que, no fim do dia, são sempre custos acrescidos que se repercutem no preço final a pagar pelos passageiros que viajam dentro das regras. E essa é a nossa motivação", explicou hoje o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, em declarações à agência Lusa.

O novo diploma prevê ainda a possibilidade do pagamento voluntário, junto das empresas e num prazo de 15 dias úteis, com uma redução de 50% do valor mínimo da coima, ou seja, 60 euros nos transportes urbanos e 125 euros nos comboios inter-regionais e de longo curso.

No regime ainda em vigor, a cobrança só pode ser feita junto da Autoridade Tributária, depois de esta proceder ao respectivo processamento e com os custos associados.

"Em relação ao que tinha sido alterado em 2014, reintroduzimos a possibilidade de haver um pagamento voluntário junto das empresas e pensamos que, dessa forma, podem ser despistadas muitas situações, ou seja, resolvidas sem ter que se iniciar um processo de contra-ordenação", sublinhou o governante.

O regime actual contempla uma coima mínima de 100 vezes o valor do título de transporte de bordo, isto é de cerca de 180 euros no caso dos transportes rodoviários urbanos (uma vez que o título de bordo é de aproximadamente 1,80 euros) e de cerca 1.000 euros, no caso de um comboio inter-regional ou de longo curso, tomando como referência um bilhete de 10 euros.

A alteração à moldura penal relativa às contra-ordenações deveu-se aos "valores excessivos" que a actual lei contempla.

"Há uma redefinição do valor das coimas para valores que consideramos bastante mais aceitáveis, face às infracções que estão em causa, ou a possibilidade do pagamento voluntário com um desconto. Pensamos que desta forma será possível trazer alguma eficácia à cobrança das coimas, trazer alguma pedagogia a todo o sistema e também criamos um regime transitório para recuperar aquilo que são as infracções do passado que estão por processar e que são em número apreciável", destacou o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente.

O novo diploma abrange igualmente as situações em que os passageiros detentores de passe não o validam, podendo assim incorrer numa infracção.

Transportes registam 100 mil infrações por ano e 12 milhões em coimas

De acordo com o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, as empresas de transportes públicos registam anualmente 100 mil infrações e 12 milhões de euros em coimas, muitas das quais acabam por não ser cobradas.

José Mendes acredita que, com o "ajuste substancial" que o novo diploma proporciona, será possível recuperar algumas das coimas antigas.

"Os operadores vão contactar os prevaricadores e vai ser explicado que, para efeitos de recuperação, além do desconto previsto do pagamento voluntário, podem ter ainda um desconto adicional de 25%. Significa que há condições para fazermos uma recuperação das situações atrasadas", sustentou o governante.
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  • SALDOS do GOVErNO
    07 jul, 2017 Lx 18:56
    Governo em saldos? Parece que sim,´. Revela incapacidade de cobrar os valores devidos. Assim vão longe e lá vem amis um perdão fiscal para salver o déficite...Só ilusionismo do desparecido em combate, o cobardolas político vendedor da banha da cobra chamado Costa...

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