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Caixa. Segunda comissão de inquérito vai durar mais três meses

07 jul, 2017 - 14:59

Parlamento aprova prolongamento do prazo de funcionamento da comissão que avalia a actuação do actual Governo na nomeação e demissão da administração de António Domingues.

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O Parlamento aprovou esta sexta-feira, por unanimidade, o prolongamento, por três meses, do prazo de funcionamento da segunda comissão parlamentar de inquérito sobre a Caixa Geral de Depósitos.

A segunda comissão de inquérito sobre a Caixa tem por objecto avaliar a actuação do actual Governo na nomeação e demissão da anterior administração do banco público, liderada por António Domingues.

Numa brevíssima reunião, na quarta-feira, foi decidido na comissão prolongar por 90 dias os trabalhos da comissão, que terminaria a 11 de Julho e tem ainda uma audição para realizar marcada para dia 18 a António Domingues, que será ouvido pela segunda vez.

Por essa razão e para que haja tempo para a elaboração do relatório, foi aprovada a prorrogação do prazo por três meses.

No entanto, questionados pela Lusa, tanto o presidente da Comissão, o social-democrata José Pedro Aguiar-Branco, como o relator, o socialista Luís Testa, admitem que possa ser possível terminar os trabalhos até ao final de Julho.

O PSD justificou o pedido de nova audição do ex-presidente do banco público "face às manifestas contradições entre os depoimentos do doutor António Domingues e dos membros do Governo" ouvidos na Comissão.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, e o secretário de Estado adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, foram os únicos membros do Governo ouvidos na comissão que tem por objecto apurar a atuação do atual Governo na nomeação, gestão e demissão da anterior administração da CGD.

O BE já enviou, como acordado na última reunião, um requerimento a formular perguntas por escrito à consultora McKinsey, que apoiou Domingues nas negociações com Bruxelas ainda antes de assumir o cargo, tendo abdicado dos pedidos anteriormente entregues para que fossem ouvidos pela comissão Elsa Roncon, ex-directora-geral do Tesouro e Finanças, e Francisco Sá Carneiro, advogado da CS Associados.

O BE colocou uma dúzia de perguntas à consultora, nomeadamente por quem foi "abordada" para trabalhar para a CGD no âmbito do projecto de recapitalização, em que data e quem moldes.

"Quem contratou, efetivamente, a McKinsey? O Dr. António Domingues, o Ministério das Finanças ou a Caixa Geral de Depósitos?", questionam os bloquistas, que querem ainda saber se o procedimento respeitou o previsto "no código de contratação pública".

Um dos pontos centrais desta comissão de inquérito, pedida potestativamente (de forma obrigatória) por PSD e CDS-PP, é apurar se "é verdade ou não que o ministro [das Finanças] negociou a dispensa da apresentação da declaração de rendimentos [de António Domingues]", o que foi sempre negado pelo Governo.

Comentários
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  • VICTOR MARQUES
    07 jul, 2017 Matosinhos 16:43
    No final, vai haver uma "ganda" jantarada!!!...
  • rfm
    07 jul, 2017 COIMBRA 16:05
    ... já agora, podem apurar se o senhor António Domingos ganhou mais uma reforma da CGD ? para juntar `a que já tinha ? Isso seria útil, tendo em costa a alongada discussão que por aí vai para despenalizar as carreiras contributivas do regime geral com 40 ou mais anos de carreira, será que este país só dá boas pensões a quem pouco desconta ?
  • JC
    07 jul, 2017 charneca da caparica 15:55
    Pensava que o adiamento era para o Dr. Lobo Xavier explicar onde e como teve acesso às mensagens trocadas entre o Dr Domingos e o Dr. Centeno. Como os visados dizem que não existiram troca de mensagens sobre esse tema, era importante que o conselheiro de estado fosse provar o que disse na SIC, ou seja que as mensagens existiram e que até as viu, como a minha avó dizia com aqueles olhinhos que a terra há-de comer !!!

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