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Proteccionismo, clima e Trump. O G20 decide o mundo em Hamburgo

06 jul, 2017 - 17:13 • Filipe d'Avillez

A presença de Donald Trump estará no centro das atenções do encontro do G20 que começa sexta-feira em Hamburgo, com Angela Merkel a fazer de anfitriã.

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Com o encontro do G20 marcado para sexta-feira e sábado todas as atenções estão centradas em Hamburgo, n Alemanha, onde se espera discussão, discórdia, alguns consensos, reuniões bilaterais e muitos protestos.

O G20 é composto pelas 19 maiores economias do mundo, com a União Europeia como um todo a ocupar o 20.º lugar. Os países convidados para Hamburgo este ano são a Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.

Os encontros do G20 costumam ser acompanhados de protestos e alguma polémica, mas este ano os manifestantes, normalmente antiglobalização, estarão particularmente focados em Donald Trump, que participa pela primeira vez neste fórum.

Encontros bilaterais

Apesar de não constarem da agenda oficial, preparada este ano pela Alemanha, os encontros bilaterais entre chefes de Estado ou de Governo assumem uma enorme importância nas cimeiras do G20.

Este ano todos os olhos estão postos em Donald Trump que se irá encontrar com Vladimir Putin pela primeira vez desde a eleição. O encontro é particularmente mediático tendo em conta as várias acusações de interferência russa nas eleições americanas. Antes do encontro, Trump, que tem sido acusado pelos seus críticos de ser demasiado próximo e até subserviente dos interesses russos, fez questão de elogiar a Polónia na qualidade de aliado americano para enfrentar a interferência russa na ordem mundial.

Trump tem ainda encontros marcados com Merkel, Theresa May e os líderes do Japão, da China e da Coreia do Sul. Nestes três últimos o tema da Coreia do Norte será certamente um dos pontos fortes.

Proteccionismo

Tradicionalmente o G20 opõe-se às medidas proteccionistas, mas desta vez a administração Trump, que fez das promessas de protecção do mercado interno um tema central da campanha, pressionou o grupo a retirar esse compromisso da agenda preparativa do encontro.

UE e Japão agitam bandeira do livre comércio perante Donald Trump
UE e Japão agitam bandeira do livre comércio perante Donald Trump

Mas o facto de o apoio ao comércio livre não constar da agenda não significa que o tema não continue a ser discutido.

Vários estados têm tomado posições de força contra a veia proteccionista dos americanos, com o Japão e a União Europeia a firmar um acordo de livre comércio nas vésperas do encontro, depois de quatro anos de negociação.

Acresce, que dias antes do início da cimeira de Hamburgo, Angela Merkel fez um discurso no Parlamento alemão a denunciar o proteccionismo, dizendo que este prejudica todos.

Alterações climáticas

Embora o G20 esteja mais vocacionado para assuntos económicos e financeiros, outros temas considerados importantes na agenda internacional também acabam por entrar na agenda.

Este ano, o tema das alterações do clima no planeta é particularmente importante tendo em conta a retirada dos Estados Unidos dos acordos de Paris.

Angela Merkel chegou a colocar a questão das emissões poluentes na agenda do encontro, mas, tendo em conta que os acordos do G20 dependem de consenso, não é natural que se chegue a alguma conclusão. Muitos dos protestos que sempre acompanham estes encontros estarão centrados também nesta questão.

Outros pontos

A questão dos refugiados continua a ser um tema premente, sobretudo na Europa. Angela Merkel quer insistir na questão de mais países europeus assumirem uma quota dos refugiados e migrantes que chegam diariamente à Europa.

Donald Trump tem sido crítico da abertura dos países europeus aos migrantes, acusando a política alemã de ser catastrófica.

O Brexit continua a ser um ponto de conflito e poderá gerar alguns momentos incómodos para Theresa May, sobretudo com outros líderes europeus.

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  • Besunto
    06 jul, 2017 Ali Acima 18:10
    Donald Trump, a estrela mais brilhante do firmamento

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