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Portuguesa inventa máquina que lava a louça em seis minutos

28 jun, 2017 - 19:25

Estudante do Politécnico do Porto faz parte da equipa que inventou a Piavo, que promete poupanças de tempo, água e luz na lavagem da loiça.

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Uma equipa que envolve uma estudante do Instituto Politécnico do Porto (IPP) inventou uma máquina que lava a loiça entre seis a 12 minutos. O desafio foi proposto pela fabricante de utensílios de cozinha Silampos.

A Piavo, que se integra na banca da cozinha, recorre a ultra-sons e a jactos de água para lavar a loiça num tempo inferior às soluções que existem hoje no mercado.

Os resíduos são limpos da superfície dos utensílios através “de ondas de frequência” que “criam vibração na água” e “provocam vácuo”. Este processo é “bastante rápido e preciso” em comparação com o das máquinas actuais, conta Sara Trindade, um dos quatro estudantes que inventaram esta tecnologia. O resto da equipa é formado por alunos da Faculdade de Tecnologia de Varsóvia, na Polónia.

O tempo de duração da lavagem reduz a energia gasta “para mais de 50%”, de acordo com os testes já realizados. Enquanto uma máquina de lavar loiça normal pode gastar 2.500 watts, a Piavo fica-se pelos 600 watts, já que concentra os seus gastos de energia na “utilização dos transdutores e das bombas de água”. Este valor pode sofrer alterações quando for “implementado e ajustado às casas das pessoas”, explica a estudante.

A Piavo permite não “só poupar energia, como também poupar água e, possivelmente, reduzir o detergente”, revela a estudante. A mesma água pode ser usada cinco vezes, no máximo. A loiça pode ser lavada com ou sem detergente e até em água fria, dependendo da sujidade da loiça.

A Piavo foi concebida a pensar, sobretudo, em pessoas que vivem “em casas mais pequenas e sem máquina de lavar a loiça”, explica Sara Trindade. Os inquéritos feitos pelos estudantes mostraram que mais “de 50% da população jovem” da Polónia e de Portugal vive nestas condições e que a limpeza da loiça é um “processo desmotivante para começar a cozinhar”.

Os estudantes realizaram o projecto no âmbito de uma pós-graduação em parceria com a Universidade de Stanford, na Califórnia. Até ao momento, a Piavo não tem patente registada. Ainda não há expectativas de quando poderá chegar ao mercado.

Uma mostra de disrupção

Após vários testes e protótipos, a Piavo vai ser apresentado nos “open days” da Porto Design Factory do IPP, esta quinta e sexta-feira. O evento pretende ser uma amostra das “tendências de inovação disruptiva do futuro”, declara o director da PDF, Rui Coutinho.

Serão também mostrados os outros 12 projectos desenvolvidos por alunos da instituição, ao longo deste ano, entre os quais estão uma aplicação para compras no Continente e uma torre que espalha com mais “eficácia o sinal de telemóvel dentro das grandes cidades”, desenvolvida para a Nokia, sobretudo em “momentos de pico”, como a passagem de ano, diz Rui Coutinho.

A Silampos criou na década de 1960 a primeira panela de pressão, em Portugal. Foi fundada em 1951, em Oliveira de Azeméis.

Comentários
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  • Vasco
    29 jun, 2017 Santarém 23:39
    Possivelmente mais uma invenção para cair em mãos alheias ou então morrer na casca!

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