28 jun, 2017 - 14:47
Veja também:
O comandante dos bombeiros de Figueiró dos Vinhos aponta erros na fita do tempo das comunicações do SIRESP no combate aos incêndios de Pedrógão Grande.
Na fita, divulgada na segunda-feira, refere-se às 3h33 do dia 18 de Junho a um veículo inoperacional dos bombeiros de Setúbal devido a “falta de logística e falta de combustível.”
Mas Paulo Renato Nogueira diz que não entende como é que essa informação vai parar à fita do tempo. “Setúbal esteve sob o comando do comandante de Figueiró dos Vinhos, que sou eu. Foram sempre bem tratados”, diz.
O comandante diz que houve de facto uma falha de energia no abastecimento de combustíveis, mas que devido à intervenção rápida da Câmara Municipal e de uma grande superfície local “foi tudo feito com eficácia”. Foi, aliás, o próprio comandante quem supervisionou o abastecimento.
“Não sei o que se passa. Não sei como é que vem na fita do tempo. Não sei como é que Setúbal diz uma coisa dessas. Fui eu quem tratou do abastecimento. Há aqui alguma coisa errada, não sei ainda o que é.”
Em declarações prestadas durante o concerto solidário que decorreu na noite de terça-feira, no Meo Arena, o comandante desdramatizou, da sua parte, as eventuais e polémicas falhas no sistema de comunicações de emergência, o Siresp, dizendo que no que diz respeito à sua corporação não houve grandes problemas.
“As comunicações na minha zona são difíceis por ser uma zona acidentada. Há zonas sombra que toda a gente conhece, em que a rede tem dificuldade. Mas eu tive boa ligação com os meus operacionais, acho que não houve grande dificuldade com as ligações, porque temos sempre uma outra rede auxiliar. Talvez uma ou outra sobrecarga da rede. Mas isso é como os telefones. Quando não temos telemóvel também não temos SIRESP, mas temos uma rede alternativa, a dos bombeiros, que continua a trabalhar e a funcionar muito bem.”
Paulo Renato Nogueira dificilmente esquecerá aquela noite em que parecia que todas as condições se voltavam contra os bombeiros no combate ao incêndio. “Foram momentos difíceis, não conseguimos chegar a algumas povoações do concelho. Ventos muito fortes, caminhos cortados, estradas caídas, pinheiros tombados, postes cortados... Muita coisa dificultou o combate mas conseguimos acorrer a algumas povoações, não muitas, mas conseguimos acudir à pouca indústria que existe no conselho.”
“Pouco mais pudemos fazer. Os ventos eram muito fortes, os caminhos eram-nos vedados e ficávamos muitas vezes isolados e cercados pelos incêndios”, recorda.