27 jun, 2017 - 15:41
Um ataque informático atingiu esta terça-feira vários países e empresas na Europa, com destaque para a Ucrânia onde o distribuidor estatal de energia e o aeroporto de Kiev foram afectados.
O banco central da Ucrânia referiu que o país se encontra perante um “vírus desconhecido”. Mas outras fontes do país, citadas pela Reuters, apontam o dedo à Rússia e dizem que se trata de um vírus em tudo semelhante ao WannaCry, que semeou o caos em vários países e indústrias em Maio deste ano.
O vírus, que já é apelidado de "Petya", usa a mesma debilidade no Windows que o WannaCry usava para infectar o computador das vítimas que se vêem obrigadas a a pagar um resgate para poder ver os seus ficheiros de volta. O pagamento será feito na criptomoeda "bitcoin" e, de acordo com os dados disponíveis, pelo menos 14 pessoas tinham pago o resgate ao final da tarde de terça-feira. O ataque rendia, às 17h00 de terça-feira, aproximadamente 3 mil euros.
Os bancos afectados estão com dificuldades nas suas operações financeiras e no serviço de apoio ao cliente, afirmou o banco central. O maior banco do Estado, Oschadbank, já garantiu que o ataque informático não atingiu os dados dos seus clientes.
Relativamente à defesa contra o crime informático, o banco central declarou que a infra-estrutura bancária está devidamente configurada no sistema informático dos bancos ucranianos.
Uma das empresas que já confirmou o ataque foi a Antonov, responsável por material aéreo.
O sistema de energia da Ucrânia foi atacado, mas a distribuição de energia não foi afectada. Já todos os computadores do Estado apresentam um erro ao ligar. O primeiro-ministro, Pavlo Rozenko, publicou uma fotografia a comprová-lo no Twitter.
O ataque informático alcançou ainda o aeroporto de Kiev, a capital da Ucrânia. O director do aeroporto, Yevhen Dykhne, publicou no Facebook que dada a situação irregular “alguns voos poderiam ser cancelados”.
Os últimos ataques informáticos no fim do ano de 2016 obrigaram a Ucrânia a intensificar a sua defesa nesta área.
Mas o ataque não parece estar confinado à Ucrânia. Pelo menos 17 terminais de contentores pertencentes à empresa holandesa Maersk foram afectadas e a empresa de publicidade britânica WPP, com escritórios em vários países, também.
Apesar das suspeitas levantadas pela Ucrânia sobre envolvimento russo, há pelo menos uma empresa deste país afectada - a petrolífera Rosneft. Há ainda relatos de várias entidades afectadas na Índia e até um caso em Espanha.