26 jun, 2017 - 08:22
Há pessoas que esperam dois e três meses pela realização do exame de condução nos serviços do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT). No privado, a espera é bem mais curta.
A notícia é avançada esta segunda-feira pelo “Diário de Notícias”, segundo o qual faltam examinadores nos centros do Estado, situação que se agravou com a aposentação de muitos e o impedimento de contratar novos.
O próprio IMT confirma ao jornal que, “nos últimos anos, a administração pública não tem tido permissão para recrutar trabalhadores externos à própria administração e os que exercem a actividade de examinação têm vindo a aposentar-se por terem atingido a idade para o efeito".
No total, existem 41 trabalhadores para 20 centros de exames públicos. “Os distritos com maior pressão, seja devido à quantidade de exames realizados seja pelo efeito de aposentação já mencionado, são os de Bragança, Leiria, Lisboa, Setúbal, Santarém e Faro”, refere ainda o instituto.
A opção são os centros privados, onde a espera é de dias. Em contrapartida, os examinados pagam taxas maiores. Nestes centros, admite o IMT, “não existe carência de pessoal habilitado”, apesar de não terem “sido aprovados e autorizados novos cursos de formação de examinadores”.
Em 2011, o Ministério das Finanças acabou com a bolsa de examinadores que permitia que profissionais do privado exercessem no público.
“Na altura, o Ministério das Finanças não autorizou que os examinadores com formação para o privado fossem trabalhar para o Estado", afirma ao jornal José Bernardino, presidente da associação de técnicos examinadores de condução automóvel do sector privado (Via Azul).
O mesmo responsável adianta que, no privado, os técnicos trabalham em exclusivo na área, enquanto “no Estado não existe carreira de examinador de condução, são técnicos de segunda”.
A Associação Portuguesa de Escolas de Condução (APEC) aponta ainda, como motivo para o tempo de espera nos centros públicos, o facto de não fazerem “exames todos os dias, mas uma ou duas vezes por semana”.
O IMT não sabe quantas pessoas aguardam para fazer o exame de condução, mas quem está na lista queixa-se que a espera tem custos. É o caso de Tiago, de 18 anos, que tem de esperar três meses pelo exame e, para que esquecer o que aprendeu, comprou mais aulas que lhe custaram mais de 60 euros.