22 jun, 2017 - 19:44 • Ana Rodrigues
Centenas de pessoas, entre as quais o Presidente da República, prestaram esta quinta-feira, homenagem ao militar português morto num ataque terrorista no Mali, nas cerimónias fúnebres que decorreram em Campo, Valongo, de onde era natural o sargento-ajudante Gil Paiva Benido.
Antes do regresso a Portugal, com honras militares, os militares portugueses que fazem parte da missão de treino no Mali prestaram na capital daquele país africano, Bamako, uma última homenagem ao militar falecido. Marcaram presença elementos de vários países que integram a missão e que, no local, continuam a investigar o ataque que matou o militar português.
Fonte em Bamako contactada pela Renascença refere que só não houve mais mortos naquele dia porque os atacantes foram surpreendidos por um militar que respondeu ao ataque.
A troca de tiros causou confusão entre os atacantes, o que permitiu que os outros estrangeiros e malianos que se encontravam a descansar conseguissem fugir.
O número de atacantes não é conhecido, mas suspeita-se que alguns eram menores. Quatro foram mortos durante o ataque.
A mesma fonte ouvida pela Renascença deu conta que na altura do ataque havia muitas crianças que estavam naquele local com os pais. Vários elementos ligados à missão viam o “resort” como potencial alvo e que era uma questão de tempo até algo de grave ali acontecer.
Gil Fernando Paiva Benido integrava desde Maio o contingente nacional na missão da União Europeia no Mali, sediada em Bamako, e era adjunto do oficial de transmissões da força portuguesa.
O militar morreu devido a confrontos ocorridos no domingo “na sequência de um ataque de elementos rebeldes que provocou outras baixas entre elementos de outros contingentes”, segundo uma nota do Exército divulgada na segunda-feira. Outros militares ficaram feridos, incluindo um português que já se encontra completamente recuperado.
Um inquérito “no sentido de esclarecer as circunstâncias que envolveram o ataque terrorista em Bamako” já foi instaurado, adiantou na segunda-feira o Estado-Maior das Forças Armadas.
O local onde ocorreu o ataque, Hotel Le Campement Kangaba, é reconhecido e autorizado pela Missão de Treino no Mali como “Wellfare Center” para recuperação e repouso entre os períodos de actividade operacional dos militares que prestam serviço naquele país.
A missão da União Europeia no Mali é uma missão de aconselhamento e treino das forças locais. Os militares portugueses, que participam na missão desde 2013, prestam acções de formação em tiro, aconselhamento em matérias relativas à constituição e organização das forças do Mali.