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​Avisos e alertas. O que fizeram o IPMA e a Protecção Civil antes e durante os fogos na zona Centro

22 jun, 2017 - 19:56 • Pedro Mesquita

A Renascença teve acesso aos documentos que a Protecção Civil enviou aos seus elementos.

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A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, admitiu na quarta-feira, em entrevista à RTP3, que o alerta do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) pode ter sido subvalorizado pela Protecção Civil na elevação do alerta de prontidão. A Renascença teve acesso aos documentos da Protecção Civil enviados aos seus elementos que mostram como aquela entidade reagiu aos sucessivos avisos do IPMA.

Na quinta-feira, dia 15, dois dias antes do incêndio em Pedrógão Grande, o IPMA alertava para um cenário desfavorável em termos de incêndios florestais. O instituto apontava para temperaturas muito elevadas que, em alguns casos, poderiam chegar aos 40 graus.

Com base nesta informação, a Protecção Civil tomou duas medidas: em primeiro lugar, dirigiu um aviso à população, alertando nomeadamente para o risco de incêndios e a proibição de queimadas ou fogueiras nas zonas de risco muito elevado de incêndio; e colocou o estado de alerta no nível amarelo.

Tudo isto lê-se num documento difundido pela Protecção Civil, no dia 15, pelos seus elementos, à escala municipal, distrital e nacional. No ponto 4 deste documento aponta-se, por exemplo, o reforço da prontidão dos diversos agentes.

Já no final de sexta-feira, a meteorologia voltou a emitir um aviso de risco. Às 23h11, o IPMA emite um aviso vermelho (situação meteorológica de risco extremo) para o dia seguinte, mas dizia respeito aos distritos de Bragança, Santarém, Lisboa e Setúbal. Para vários outros distritos – incluindo Coimbra (onde fica o concelho de Góis) e Leiria (Pedrógão Grande) – o aviso era laranja (risco moderado a elevado).

Na resposta que enviou às perguntas do primeiro-ministro, o IPMA afirmou que as previsões feitas quatro dias antes e acertadas 24 horas antes foram as correctas para a região, "com desvios reduzidos em termos de temperatura máxima e mínima, humidade relativa e velocidade média do vento".

Com base na informação do IPMA na véspera da ignição de Pedrógão Grande, a Protecção Civil elevou o estado de alerta para nível laranja, incluindo Leiria e Coimbra. Esse estado de alerta surge apenas às 17h00 de domingo, mais de 24 horas depois do início do incêndio em Pedrógão. A explicação, segundo fonte da Protecção Civil contactada pela Renascença: até essa altura a média de ocorrências terá sido inferior a 100 por dia. De acordo com a mesma fonte, o dispositivo que se encontrava no terreno revelou-se o adequado face ao número de incêndios.

É só no dia 20, terça-feira, que a Protecção Civil eleva o nível de alerta para vermelho, quando foram envolvidos no combate às chamas meios aéreos de outros países. Eram, então, 20h30. Entre os distritos que passaram a alerta vermelho incluem-se Leiria e Coimbra.

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