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Militar português morre em ataque terrorista no Mali

19 jun, 2017 - 11:51

Morte foi anunciada pelo Exército. Um segundo militar português escapou ileso.

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Militar português morre em ataque terrorista no Mali

Um militar português que integra o contingente no Mali morreu num ataque terrorista nas imediações da capital, Bamako, este domingo, anunciou esta segunda-feira o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).

A vítima, o sargento-ajudante Paiva Benido, prestava serviço no Comando de Pessoal no Porto e integrava o contingente nacional na Missão de Treino da União Europeia no Mali, composto por 10 elementos, disse à Lusa fonte do Exército.

Paiva Benido tinha 40 anos, era natural de Valongo, era casado e tinha duas filhas menores, acrescentou a mesma fonte.

"A família já está informada e está em curso o apoio psicológico”, afirma à Renascença o porta-voz das Forças Armadas, Helder Perdigão. "O senhor chefe de Estado-Maior das Forças Armadas já mandou instaurar um inquérito para esclarecer as circunstâncias que envolveram este ataque."

Em comunicado, o EMGFA “lamenta informar que, no âmbito da Força Portuguesa que está ao serviço da União Europeia no Mali (European Union Training Mission - EUTM Mali), ocorreu um ataque terrorista nas imediações de Bamako, pelas 16h00 do dia 18 de Junho, de que veio a resultar uma vítima do contingente militar português”.

Um segundo militar português saiu ileso deste ataque, acrescenta a nota do Exército.

O local onde ocorreu o ataque, o Hotel Le Campement Kangaba, “é reconhecido e autorizado pela EUTM Mali como Welfare Center [centro de bem-estar] entre os períodos de actividade operacional dos militares que prestam serviço neste país.“ Encontravam-se no local vários militares da Força Internacional de diversos países, entre os quais dois portugueses.

Suspeitos detidos

As forças de segurança do Mali detiveram cinco homens suspeitos de terem participado no ataque. As detenções foram anunciadas pelo ministro da Saúde, o general Salif Traoré, segundo o qual pelo menos outros quatro atacantes foram mortos durante o ataque.

A primeira resposta ao ataque foi lançada precisamente pelos membros das missões internacionais, segundo testemunhas, a que se juntaram mais tarde as forças de segurança malianas.

A intervenção permitiu resgatar do hotel atacado quatro dezenas de pessoas, entre as quais 14 malianos, 13 franceses, dois espanhóis, dois holandeses e dois egípcios.

O Exército português tem no Mali quatro praças, três sargentos e seis oficiais.

A notícia do ataque foi divulgada no domingo. Uma das vítimas tem dupla nacionalidade franco-gabonesa e a outra ainda não tinha sido identificada, segundo um porta-voz do Ministério da Segurança.

Mais de 30 hóspedes do resort frequentado por turistas ocidentais foram resgatados pelas forças de segurança.

Os atacantes gritaram "Allahu akbar" (Deus é grande), testemunharam várias das pessoas socorridas.

Um país perigoso

O Mali está em estado de emergência praticamente ininterrupto desde o ataque contra o hotel Radisson Blu, em Bamako, a 20 de Novembro de 2015, que fez 20 mortos e foi reivindicado como uma operação conjunta da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) e do grupo jihadista Al-Murabitun.

O norte do Mali foi ocupado em Março-Abril de 2012 por grupos jihadistas ligados à Al-Qaeda e rebeldes tuaregues.

Os jihadistas foram em grande parte expulsos da região por uma intervenção militar internacional, lançada em Janeiro de 2013 por iniciativa da França e que ainda continua, mas zonas significativas continuam fora do controlo das forças malianas, francesas, da UE e da ONU, regularmente alvo de ataques.

[Notícia actualizada às 16h20]

Comentários
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  • Mário Guimarães
    20 jun, 2017 Lisboa 13:28
    Já estava infelizmente à espera disto . O que é grave é que este militar foi defender interesses franceses e não portugueses. Devo esclarecer que o PS teve origem em França e treinaram a nossa realeza abrilêsca e inventaram os cravos bichanos de Abril.Na Tunísia foi com Jasmins .A maior parte dos Partidos portugueses tem origem no estrangeiro e foram esses estrangeiros que financiaram terroristas contra nós.Desde o 25 de Abril feito por esses Países com criadagem portuguesa que Portugal perdeu toda a sua soberania(deve dinheiro a toda a gente e já é quase tudo estrangeiro ,nem Bancos têm ).No passado faziam resistência para defender os Países onde estivemos mais de quinhentos anos e que faziam parte de Portugal e agora vão defender os interesses de quem nos prejudicou? Os franceses não têm graduados ou instrutores para enviar ? Não digam bacoradas ! Vou voltar a dizer para ver se vocês entendem : O governo PS arranjou assalariados portugueses para servir os seus patrões em França? Foram estes Amaricães e os Russos que invadiram os países onde nós estávamos e substituíram os portugueses criando governos fantoches para dar ideia de que eram dirigidos localmente . Enfim é uma tristeza quando só servimos para criados dos outros. Todavia os meus sentimentos à família !
  • Ulisses Ribeiro
    19 jun, 2017 Santarém 18:11
    Caro Henrique, a missão no Mali é de formação das tropas locais, são sobretudo enviados instrutores (graduados), você devia ler um bocadito antes de mandar bacoradas.
  • Manuel Alves
    19 jun, 2017 Lisboa 15:36
    Este militar, muito embora longe da sua pátria, serviu o seu país e honrou as nossas forças armadas.numa missão de combate ao terrorismo num país perigoso. O seu esforço não foi em vão. Paz à sua alma. Manuel Alves Lisboa
  • José Saraiva
    19 jun, 2017 Viseu 15:25
    sr. Carneiro...disse tudo
  • CAMINHANTE
    19 jun, 2017 LISBOA 15:24
    Primeiro condolências sentidas à família. Agora ao comentário - Não deixa de ser irónico termos militares mortos em conflitos Africanos ( por enquanto julgo que só em África), após o País ( maioritariamente) ter verberado e negado o combate no mesmo Continente para defender a permanência do mesmo em amplos e ricos territórios Ultramarinos. Repito, é irónico e até absurdo. Quer dizer, morrer a defender interesses Nacionais era condenável, morrer a defender interesses dos outros já não merece nenhuma mobilização Nacional de protesto. É o Mundo de incongruências e mesmo de mentiras em que vivemos. Mas, realisticamente é assim - onde existirem Portugueses Militares, ao serviço do ou de quem quer que seja, o risco de morte em operacionalidade é constante. Também não deixa de ser um facto que a nossa soberania enquanto Nação é muito relativa ou quase inexistente, pois são os órgãos governativos da União Europeia que decidem o fundamental. Tempos complexos e nublados os que atravessamos.
  • desatina carreira
    19 jun, 2017 queluz 14:25
    aonde fica o MALI?
  • António Carneiro
    19 jun, 2017 Lagos 14:02
    Que RIP. Mas porque raio temos de ter mortos numa guerra que nada nos diz , o problema já vem desde a "de" pendencia que a França decidiu dar a quem nunca estaria preparado para governar a palhota quanto mais um país com forte implantação sarracena.O resultado era o esperado ,pretos e islamicos um cocktail explosivo e altamente improvavel de parar.É triste ao que chegou a nossa tropa, a lutar por guerras de outros a troco de dinheiro (quais mercenários, democráticos...)Quando todo o mundo incluindo os islamicos nos faziam guerra porque defendiamos o nosso Ultramar apesar de lá estarmos há séculos,os policores e os nossos militares traidores e vendidos tudo fizeram para sairmos derrotados por maltrapilhos marxistas/leninistas,perdemos o que estava ganho e agora andamos a "salvar" pretensos refugas/sarracenos no mar Egeu e Mediterranico e a morrer no Chade ou a servir de tampão na Guiné a troco do triplo do soldo que aqui recebem que tristeza ao que chegámos que ofensa aos que morreram a defender o Ultramar. Onde estão os esquerdoites e compadres para pressionarem a saida dos militares em guerras que nada nos dizem.
  • Henrique
    19 jun, 2017 Vale de Cambra 13:10
    Só em Portugal!.... Mais de dois graduados por cada soldado!

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