17 jun, 2017 - 20:00 • Susana Madureira Martins
A política de reposição de rendimentos tem mérito, mas não chega. É basicamente esta a posição do dirigente nacional do PS e da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP).
José Abraão, em declarações à Renascença, revelou o que disse ao secretário-geral do PS e primeiro-ministro durante a comissão nacional do partido, ou seja, que pela frente ainda há “o descongelamento de carreiras, o combate à precariedade e uma exigência permanente dos sindicatos de aumentos salariais a par do aumento do salário mínimo”.
O dirigente sindical admite que, por isso, a negociação do Orçamento de estado para 2018 seja “dura” e que “não vai ser fácil”, mas que a FESAP exige “uma negociação e um compromisso por parte do Governo”.
E José Abraão avisa que tem de ser um compromisso “de tal modo que não aconteça conforme o que está a acontecer nalguns ministérios, e em concreto no ministério da saúde em que se fazem compromissos e depois não são cumpridos”.
Nestas declarações à Renascença, o dirigente da FESAP sublinha que “nesse quadro essa é a razão pela qual alguns sectores da saúde vão já para greve no próximo dia 29 e outros se preparam se não forem assumidos compromissos negociais que foram estabelecidos com os sindicatos e em particular na administração pública”.
Avisos que surgem numa altura em que já decorrem as negociações à esquerda para a elaboração do próximo Orçamento de Estado.
José Abraão diz que valoriza a “reposição de alguns rendimentos, a reposição de alguma negociação colectiva e por consequência a valorização dos sindicatos, nomeadamente no que está a acontecer no combate à precariedade”, mas acrescenta que a criação de emprego tem de ser acompanhada de “emprego qualificado, com direitos para os trabalhadores”.
Por isso, diz “valorizamos também a reposição de rendimentos, e por isso é altura, e também o dissemos ao PS, que com o Orçamento para 2018, depois da reposição possam verificar-se aumentos salariais, não só na administração pública, mas também, por intermédio da negociação colectiva, no sector privado”.
Num recado claro ao partido e ao governo liderados por António Costa, o dirigente da FESAP acrescenta que “quero acreditar que o PS no governo há-de criar as condições de abertura para que, a par do descongelamento das carreiras e progressões, que esperamos sejam para todos, seja possível melhorar os salários para que a política de baixos salários possa ser abandonada”.