14 jun, 2017 - 12:02 • Rosário Silva
Castro Verde é Reserva da Biosfera da UNESCO. É a 11.ª Reserva da Biosfera em Portugal reconhecida pela UNESCO e a primeira a sul do Tejo.
O anúncio foi feito esta quarta-feira, na sede da UNESCO, em Paris, pelo Conselho de Coordenação Internacional do Programa MaB (Man & the Biosphere). Castro Verde já integra a Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO.
“É um passo importante pela imagem que transmite para o exterior do território, mas sobretudo é um acréscimo de responsabilidade”, diz a Renascenca o presidente da Câmara de Castro Verde, Francisco Duarte.
Para o autarca, a apresentação desta candidatura tinha como objectivo “contribuir para a construção de um planeta mais sustentável, mais justo e equilibrado”.
A elaboração da candidatura, promovida pela autarquia em parceria com a Associação de Agricultores do Campo Branco e a Liga para a Protecção da Natureza, implicou a dinamização de um processo de participação e construção comunitária, iniciado no ano de 2013, que culminou com a sua entrega, em Setembro de 2016, com a subscrição do Estado português.
O facto de Castro Verde ser um “Ecossistema Humanizado de Alto Valor Natural”, onde a compatibilização da actividade agrícola com a conservação da paisagem e da natureza se tem traduzido na “manutenção da maior área da estepe cerealífera, criada por práticas centenárias de uma agricultura extensiva que levou à formação de um riquíssimo mosaico de habitat, onde ocorrem, entre outras espécies, aves como a abetarda, o sisão e o peneireiro-das-torres.”
Fica, assim, reconhecido todo o trabalho desenvolvido ao longo de décadas e que “trará novos desafios, potenciará uma dinâmica local e de trabalho em rede, tendo por base o Plano de Acção definido”, acrescenta o autarca.
“Não parámos e vamos continuar a trabalhar por uma terra melhor. Já amanhã. Com ainda mais vontade e determinação do que ontem”, remata Francisco Duarte.