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Ministro sobre greve dos professores: "Faremos tudo para que os alunos possam fazer os exames"

07 jun, 2017 - 09:32

Sindicatos marcaram greve para dia 21, mas admitem desconvocá-la se forem ultrapassados bloqueios. “A melhor greve é aquela que não se faz”, diz FNE à Renascença.

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Entrevista ao ministro Tiago Brandão Rodrigues, em directo na manhã da RR no final do ano lectivo (07/06/17)

O ministro da Educação garante na Renascença que vai fazer tudo para que, no dia da greve de professores, todos os alunos possam fazer os seus exames e tudo decorra “com tranquilidade” nas escolas.

“O Ministério das Educação trabalha todos os dias para que as comunidades educativas trabalhem com estabilidade e serenidade. No dia 21 não será diferente. Faremos tudo para que nesse dia todos os estudantes possam fazer os seus exames e, acima de tudo, para que as aulas e todo o processo educativo possa acontecer em todas as escolas que ainda estão em actividade”, afirmou.

Tiago Brandão Rodrigues esteve na emissão em directo da Manhã da Renascença na Escola Secundária D. Pedro V, em Lisboa, onde acrescentou que, na reunião de terça-feira com os sindicatos, houve pontos de convergência sobre várias matérias.

Apesar disso, a Federação Nacional da Educação (FNE) e a Fenprof anunciaram, no mesmo dia, a entrega do pré-aviso de greve para 21 de Junho, em plena época de exames, esperando uma grande adesão por parte dos professores.

Como justificação, os sindicatos apresentaram a “insuficiência de respostas” do Governo às reivindicações apresentadas. Admitiram, ainda assim, a hipótese de a paralisação vir a ser desmarcada.

Esta quarta-feira, o secretário-geral da FNE, também convidado do programa Carla Rocha – Manhã da Renascença, manteve a posição: “Quem marca uma greve tem sempre a possibilidade de a desmontar na véspera e a melhor greve é aquela que não se faz”, afirmou.

“Se pudermos, até ao dia 20 de Junho, ultrapassar com o senhor ministro o bloqueio que ontem houve na reunião, há condições para que possamos encarar a possibilidade de eliminar o pré-aviso de greve”, garantiu João Dias da Silva.

Quanto à garantia dada pelo ministro da Educação de que os exames irão decorrer com normalidade, o líder sindical discorda e defende que os exames “podem ser feitos noutra data” pelo que “não deverá haver determinação de serviços mínimos”.

“Em última análise, se o Ministério e as organizações sindicais não chegarem a acordo, haverá um tribunal arbitral que vai determinar se vai haver serviços mínimos e, havendo, qual a sua dimensão”, acrescenta.

Entretanto, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) desconvocou a greve no ensino artístico marcada para esta quarta-feira, por ter chegado a um entendimento com a tutela.

Balanço positivo

Em entrevista à Renascença, o ministro da Educação faz um “balanço claramente positivo” do ano lectivo que está a terminar.

“Foi um ano tranquilo, que aconteceu com serenidade, com a aposta forte que o Governo faz no serviço público de educação e houve um conjunto de medidas marcantes que possibilitaram que este ano corresse com normalidade e tranquilidade”, afirmou.

Dentre essas medidas, Tiago Brandão Rodrigues destacou a “estabilidade na contratação de professores, algo que foi celebrado também pelas organizações sindicais e por todos os actores da educação”.

O ministro não receia que haja professores a mais para o número de alunos e reforçou a aposta na rede pré-escolar e na diminuição do abandono escolar.

Quanto ao próximo ano lectivo, Tiago Brandão Rodrigues avançou como metas principais o “aumento do número de assistentes operacionais nas escolas”, o aprofundamento da gratuitidade do ensino obrigatório e o reforço da acção social escolar.

No que toca aos assistentes, o ministro afirmou que foi possível, neste ano, “renovar quase três mil e reforçar com 300 novos assistentes [as escolas]”, estando agora o Governo “a trabalhar na portaria de rácios para estabelecer o número que responde às necessidades da nossa comunidade escolar”.

Já no que respeita à gratuitidade do ensino, haverá manuais escolares gratuitos “para os alunos de todos os anos do primeiro ciclo”.

Doutorado em Bioquímica em Coimbra e investigador em Cambridge, Tiago Brandão Rodrigues deixou o Reino Unido para ser ministro da Educação e diz que do que gosta mais é da intensidade com que se vivem os ciclos escolares: “de chegar a Setembro e sentir o nervoso miudinho se se vai ter nova escola ou novos colegas de turma”, e todo o nervoso dos pais e dos estudantes, sentir que há um pulsar novo e depois as férias grandes, porque “é importante entender que não se trabalha bem se não se descansar bem”.

Comentários
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  • 08 jun, 2017 Maria 10:28
    Eu tenho exame nesse dia. Eu sempre apoiei os professores no que tocava às greves, Se eles tão mal têm todo o direito de fazer greve. Porém, não acho justo prejudicarem o futuro dos seus alunos. Estão literalmente a meter-nos onde não somos chamados, não temos nada a haver com isto! Se o problema é com o ministério, então que tratem disso mas sem nos arrastar para o assunto. Já estou muito stressada com os exames e agora com isto fico pior... 😥
  • Rui Filipe
    07 jun, 2017 Braga 15:54
    Há cerca de 500 anos, Camões escreveu que o povo português é invejoso.Enfim, nem tudo é perfeito! Os funcionários públicos rondam os 600.000 e tal.Por quê, tanto ódio aos funcionários públicos. Eis algumas razões: os funcionários públicos são,em geral, dos trabalhadores mais qualificados academicamente e por isso, é natural que ganhem um pouco mais.Como se costuma dizer, suaram as estopinhas, enquanto outros não.Relativamente, aos professores em particular, devo informar os invejosos e semianalfabetos que tanto criticam os professores, que muitos como os professores das AECs, com grau académico de mestre,ganham muito menos, que os mestres de pedreiro e outros mestres.Posso até informá-los, que esses colegas ganham menos à hora, que mulheres a dias.Não sabem de certeza, caso contrário, não fariam esses comentários baixos e odientos, que muitos professores levam lancheiras de casa, para almoçarem nas escolas, isto como se pode inferir, porque o dinheiro é mais que muito!.Gostaria ainda de lhes dar a saber, que muitos colegas, fazem centenas de Km, por dia, para trabalharem nas suas escolas. Se quiserem, até lhes posso falar de mim: nos princípios da carreira, já casado e com um filho muito pequeno, fizemos, eu a minha mulher e este primeiro rebento, 5 mudanças consecutivas,de concelhos, de casa e trouxas.Sabem, em quantos distritos trabalhei?Em 4.Em concelhos 9.Em escolas, tenho de ver o registo biográfico... Vão-se coçar, cambada de invejosos.Lutem mais ou explorem menos.
  • Ant
    07 jun, 2017 Chupista 14:10
    Se a educação é um dos pilares da sociedade como a saúde, segurança e justiça, que sejam decretados serviços mínimos, e batem lá com os costados como os outros efectivando o seu dever de cidadania, isto, para profs e juízes! Deviam ter vergonha!
  • AUMENTOS PARA TODOS
    07 jun, 2017 Lx 13:52
    Mas, como diz o pantomineiro do Kamarada Costa, isto está uma maravilha e já mudámos a página da austeridade que se aumentem os professores, os juízes, os funcionários públicos em geral e em particular, os dos museus e toda a cambada que tem trabalho no Estado da teta grande... Parece que a narrativa do mestre da pantomina e da venda da banha da cobra afinal é uma falácia kamrada Kosta....
  • JC
    07 jun, 2017 charneca da caparica 13:22
    Eu bem os percebo, Por acaso tenho por perto alguns amigos professores e vejo como ocupam o tempo quando não estão na escola e que inveja me dá, por exemplo fazem três em um, ou seja estar bem instalado na praia, cuidar dos filhos e corrigir testes ! O estado deveria era aplicar-lhes um regime laboral igual ao dos privados, 40 h no local de trabalho e aí faziam tudo o que é seu dever, ou seja, dar e preparar aulas, subt colegas, corrigir testes, fazer relatórios e receber pais, assim o stess destes senhores acabava logo e ao final do dia por volta 6 ou 7 horas tal como qualquer trabalhador vinham para casa com o dever cumprido.
  • rosinda
    07 jun, 2017 palmela 12:49
    No estado sao todos primos da tia amigos da avo !
  • Justo
    07 jun, 2017 Leiria 12:32
    Cambada de malandros: 3 meses de férias e mais e baixas até querer. era todos a recibos verdes e quem fosse bom profissional deveria ser bem pago.
  • rui filipe
    07 jun, 2017 braga 11:53
    Por que não se fazem manifestações, como no tempo de Maria L. Rodrigues, aos sábados?Ficaria mais barato e surtiria mais efeito.O impacto negativo, para o partido socialista nas eleições autárquicas seria já, um cartão vermelho ao PS. Colegas: por favor, não votem PS nas próximas eleições. E se nas legislativas, o PS tiver maioria! Adeus amigos, teremos outro Sócrates ou outro Passos...Abram os olhos! Não sejamos masoquistas.
  • mendes
    07 jun, 2017 braga 11:32
    nao entendo nada entao os professores estao mal ganham pouco e uma profissao tao dificil -pergunto porque sera que todos querem ser professores -e nao querem ir para agricultores -porque sera que nas cidades ha pessoas a dormir na rua e a passar fome e no interior a tanta terra a precisar de mao de obra porque sera que o governo concede o ris a quem tem idade e saude para andar a apanhar castanhas porque sera que os lideres dos sindicatos nao sao gagos nem surdos -porque sera que todo mundo quer ser funcionario publico --ai ai ja sao perguntas a mais -porque sera que um velho como eu faz estas perguntas---vai vai -
  • DR XICO
    07 jun, 2017 LISBOA 11:15
    Isso faz uma diferença ao país esta gente parar, proxima segunda feira vão de férias até 7 de Setembro, duvidas ?? bela vida 75 dias de férias em casa (não me venham com os relatórios, formações bla bla bla) vão de férias e ponto final. Esta classe profs deviam pagar os dias que ficam em casa aos pais .

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