31 mai, 2017 - 17:22 • Rui Barros
O ministro-adjunto do primeiro-ministro, Eduardo Cabrita, reafirmou, esta terça-feira, o compromisso português com o esforço de recolocação de refugiados e criticou os países europeus que têm colocado barreiras ao acolhimento de migrantes.
“É uma vergonha que a Europa rica, com 500 milhões de pessoas, tenha dificuldade em acolher e integrar pouco mais de um milhão de refugiados”, defendeu o ministro adjunto, numa intervenção nas Conferências do Estoril, na qual apontou o investimento na paz no Mediterrâneo e nos países de origem dos refugiados como parte da solução para o problema.
“Não queremos que a Europa volte a ter novos muros", defendeu.
Lembrando a história recente de Portugal, com os portugueses a emigrar a salto durante os anos 60, mas também a época dos Descobrimentos e a influência que o contacto com diferentes culturas teve cultura nacional, Cabrita congratulou-se com o facto de Portugal estar, ao lado da Suécia, no topo da lista dos países da Europa que melhor integra os seus migrantes e defendeu que é ministro num país “marcado pela tolerância”.
“Costumo dizer que sou um governante privilegiado porque venho de um país onde o tema das migrações e dos refugiados não é tema de controvérsia política. Sobre esta matéria, nunca encontrei no Parlamento uma voz xenófoba ou populista que dissesse que Portugal não deve receber refugiados”, destacou o ministro adjunto de António Costa, defendendo a ideia de que Portugal “está do lado bom da História”.
O ministro fez ainda alusão à forma como o país está a acolher os refugiados que recebe, numa conferência que tinha como mote para a conversa a frase “Migração global, responsabilidade global”.“Temos uma forma própria de acolher. Em Portugal não temos, nem teremos, centros de refugiados. Achamos que deve haver um envolvimento local comunitário. É por isso que temos refugiados a viver em 91 municípios portugueses”, destacou Eduardo Cabrita.