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Medicamento que reduz o risco de contrair vírus da SIDA vai chegar a Portugal

29 mai, 2017 - 22:55

Médicos dos hospitais vão poder prescrever fármaco a pessoas em "risco acrescido de infecção".

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Portugal vai passar a ter mais um instrumento de prevenção da SIDA. Pessoas saudáveis mas com comportamentos de risco vão poder tomar um medicamento para diminuir o risco de contraírem o vírus VIH. Chama-se PREP, ou seja, profilaxia de pré-exposição ao risco.

O despacho do Governo foi assinado esta segunda-feira. Muito em breve, os médicos dos hospitais vão poder prescrever um medicamento que reduz o risco de contrair o vírus da SIDA.

O fármaco já existe, mas só agora será usado de forma preventiva, explicou à Renascença Isabel Aldir, directora do Programa Prioritário para a Área da Infecção VIH SIDA, da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

“É uma estratégia de prevenção que deve ser encarada em conjunto com as outras formas que há de redução de risco de infecção. Não deve ser nunca olhada como uma forma dissociada e separada das restantes estratégias. Consiste na toma de uma associação de medicamentos, que se tomada por um indivíduo que está em risco acrescido de infecção, vai fazer com que esse risco redução substancialmente e essa redução pode chegar aos 90%”, diz Isabel Aldir.

Os casos de SIDA em Portugal têm vindo a diminuir. Esta responsável revela que em 2016 houve 841 novos diagnósticos, ou seja, 8,1 novos casos por cada 100 mil habitantes, o que ainda é acima da média europeia.

O medicamento de prevenção vai estar apenas acessível nos hospitais, mas no futuro pode chegar às farmácias, indica a directora do Programa Prioritário para a Área da Infecção VIH SIDA.

Na União Europeia a medida só foi implementada em França.

O Governo assinou esta segunda-feira protocolos com as câmaras de Lisboa, Cascais e Porto, autarquias que aderiram ao projecto "Cidades na via rápida para diminuir o VIH", para em rede participarem no combate ao vírus.

O secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, a falar num “dia histórico” para acabar com o vírus da SIDA em Portugal e destaca o menor número de casos dos últimos 15 anos.

O Governo está determinado a alcançar a meta da ONUSIDA para o ano de 2020. O objectivo é que 90% das pessoas que vivem com VIH sejam diagnosticadas, 90% das pessoas diagnosticadas estejam sob tratamento antirretroviral e 90% das pessoas sob tratamento antirretroviral atinjam carga viral indetectável.

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