Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Lisboa vai ter um novo Centro de Arte Contemporânea

29 mai, 2017 - 16:11 • Maria João Costa

O artista plástico Julião Sarmento vai ceder a sua colecção pessoal para expor no Pavilhão Azul, onde ficará o novo Centro de Arte Contemporânea.

A+ / A-

É na Avenida da Índia, de frente para o rio Tejo, ali mesmo ao lado do Centro Cultural de Belém (CCB), que vai nascer o novo Centro de Arte Contemporânea de Lisboa, no chamado Pavilhão Azul.

Em depósito vai ficar a colecção pessoal do artista plástico Julião Sarmento. São obras de pintura, vídeo, instalações e escultura de artistas portugueses e estrangeiros que Sarmento foi reunindo e que não tinha pensado mostrar ao público.

“Chamaram-me à atenção. Foi António Cachola que tem o MACE, em Elvas, que me disse que era uma pena Lisboa não ter uma coisa do género e a minha colecção estar ali fechada e só ser vista por mim e meia dúzia de amigos. Depois várias pessoas disseram-me a mesma coisa e eu comecei a pensar que isso era verdade”, diz.

Aos 69 anos, Julião Sarmento mosta aos olhos do público a sua colecção feita de “Afinidades Electivas”, o titulo de uma exposição sua.

“Comecei a coleccionar muito novinho quando entrei na faculdade em 1967 e nunca parei. Além disso tenho muitas coisas relacionadas com a minha vida artística, e isso são ‘afinidade electivas’ porque são obras e lembranças que se eu não fosse Julião Sarmento artista elas não existiram.”

O artista plástico assinou esta segunda-feira o protocolo com a autarquia de Lisboa. O presidente da Câmara, Fernando Medina. descreve assim um novo eixo da cidade: “O que nós hoje temos em Belém não é um distrito cultural afirmado no património histórico do país. O que estamos a construir em Belém é o polo mais dinâmico da modernidade e arte contemporânea que temos na cidade de Lisboa”, explica.

O pavilhão Azul faz parte deste novo eixo cultural de Belém. “Quando me foi posto à consideração o Pavilhão Azul em Belém, a oeste do CCB, achei logo que era um sítio perfeito. Porque tem um tamanho humano. A colecção é pessoal, não é mega, uma colecção de um coleccionador, mas é uma colecção de um artista com especificidades muito próprias. Aquele espaço parecia-me perfeitamente ideal. O edifício é bonito, está bem situado naquele eixo museológico que se adivinha ali.”

Será ali que vai nascer o novo Centro de Arte Contemporânea de Lisboa, o projecto de remodelação do edifício é assinado pelo arquitecto João Carrilho da Graça. Sérgio Mah será o comissário desta exposição que continuará a crescer.

“Desde que comecei a coleccionar em 1967, nunca vendi uma obra. Nem as obras de que eu não gosto, algumas que me são oferecidas. O que vai acontecer a esta colecção é que vai cada vez ficar maior”, afirma Julião Sarmento.

Entre as obras expostas vão estar trabalhos de criadores como Joaquim Rodrigo de quem Sarmento foi assistente; Miguel Barceló, Álvaro Lapa, Eduardo Batarda, Jorge Molder ou Rui Chafes

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+