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Conferências do Estoril

Nobel da Paz. "Só os jovens podem inverter o caminho da ruína climática"

29 mai, 2017 - 14:33

O Nobel da Paz 2007, Rajendra Pachauri, acredita que só os jovens conseguirão contrariar a força dos "lóbis poderosos que querem que tudo continue como dantes"

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Edward Snowden, Madeleine Albright, Joseph E. Stiglitz, Sérgio Moro e Baltasar Garzón são alguns dos oradores da edição 2017 das Conferências do Estoril que decorrem de 29 de Maio a 1 de Junho. A Renascença é a rádio oficial. Assista em directo às conferências aqui


O prémio Nobel da Paz 2007, Rajendra Pachauri, considera que só os jovens terão poder para inverter o caminho ruinoso a que conduzirão as alterações climáticas e apelou a que se faça maior pressão nesse sentido junto dos líderes políticos.

Discursando, esta segunda-feira, nas Conferências do Estoril, o ex-presidente do Painel Intergovernmental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas afirmou que "sozinhos, os governos não vão agir" para se alterarem consumos de energia e reduzirem emissões nocivas para a atmosfera.

"Os jovens têm um poder enorme", defendeu Pachauri perante uma plateia cheia de jovens no primeiro dia da conferência, que se mostrou descrente com mudanças impostas por agentes políticos como o Acordo do Paris.

"Os jovens são que têm que liderar" o combate às alterações climáticas, decidindo ser activistas por energias renováveis e alterações nos padrões de consumo, entende o Nobel da Paz, que apelou à plateia para que "formem grupos nas escolas e universidades" e para que comecem a dar o exemplo na sua vida diária: mudar do carro para a bicicleta e andar mais a pé, reduzir o desperdício da alimentação à roupa e comer menos carne.

Essas mudanças beneficiarão cada um e o planeta inteiro, enfatizou, alertando que, se não agirem agora, serão os jovens de hoje a sofrer mais com as consequências.

Rajendra Pachauri entende que "há lóbis poderosos que querem que tudo continue como dantes, mas isso levar-nos-á à ruína", alertou, referindo que o mercado publicitário envolve anualmente "600 a 700 mil milhões de dólares" mas que "infelizmente, a Natureza não tem publicitários".

Referindo-se a Portugal como um dos países mais vulneráveis por causa da extensa costa, apontou a subida do nível do mar como um dos efeitos inevitáveis do aquecimento global.

A isso, nem o céptico das alterações climáticas e Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se poderá escapar, uma vez que a sua propriedade de luxo na Florida, está numa zona de perigo, lembrou.

"A estupidez e os erros" da geração anterior não devem desencorajar os jovens, recomendou, defendendo que a soberania nacional de cada país, que decide o que fazer com os seus recursos, deve estar ao serviço das pessoas.

Inverter as alterações climáticas não é recuar no progresso, salientou, referindo que a ciência e a inovação contribuem decisivamente para criar maneiras inovadoras de combater.

Comentários
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  • otário cá da quinta
    29 mai, 2017 coimbra 22:23
    ENTÃO O S. PEDRO, nem SANTA BARBARA JÁ NÃO MANDAM NADA ?

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