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Caso BPN. Condenados 12 dos 14 arguidos, Oliveira e Costa com 14 anos de prisão

24 mai, 2017 - 18:38

Tribunal condenou um total de 12 arguidos, entre os quais o antigo presidente do Banco Português de Negócios. Juiz fala na "maior burla da história da Justiça portuguesa julgada até ao momento".

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O colectivo de juízes condenou esta quarta-feira 12 dos 14 arguidos do processo principal do Banco Português de Negócios (BPN).

Oliveira e Costa, antigo presidente do BPN e principal arguido do caso, condenado a 14 anos de prisão, pela prática dos crimes de falsificação de documentos, fraude fiscal qualificada, burla qualificada e branqueamento de capitais.

Leonel Gaspar, advogado de Oliveira e Costa, disse que vai estudar o acórdão e depois aconselhar o seu cliente sobre um provável recurso. Leonel Gaspar acredita que o antigo banqueiro “é um homem sério”. “A minha convicção é que este homem não se apropriou de um centavo em proveito próprio”, disse o advogado aos jornalistas.

A Luís Caprichoso, ex-gestor do BPN, considerado pelo Ministério Público como o "número dois do grupo", foi aplicada uma pena de 8 anos e meio de prisão, pela prática de um crime de falsificação de documentos e outro de burla qualificada.

Francisco Sanches, ex-gestor do BPN, foi condenado a 6 anos e 9 meses de prisão, por falsificação de documentos, fraude fiscal qualificada e burla qualificada.

José Vaz de Mascarenhas, ex-presidente do Banco Insular, recebeu uma pena de 7 anos e 3 meses de cadeia, pelos crimes de falsificação de documentos, abuso de confiança e burla qualificada.

Para Telmo Reis, fundador da Labicer, o Ministério Público pediu uma pena de entre sete a oito anos de prisão, mas os juízes decidiram-se por 5 anos de prisão.

Luís Almeida foi condenado a 4 anos e três meses com pena suspensa, Luís Alves a dois anos, José Monteverde a 4 anos com pena suspensa, Rui Costa a 4 anos com pena suspensa e António Franco a 3 anos com pena suspensa.

Ricardo Oliveira, Filipe Baião Nascimento e Hernâni Ferreira foram absolvidos dos crimes de que eram acusados pelo Ministério Público.

Paulo Saragoça da Mata, advogado de Ricardo Oliveira (um empresário do ramo imobiliário), disse à saída do Palácio da Justiça, em Lisboa: "estou a dizer isto há oito anos que o meu cliente está inocente".

"A maior burla da história da Justiça portuguesa"

"Esta foi a maior burla da história da Justiça portuguesa julgada até ao momento", destacou Luis Ribeiro, presidente do colectivo de juízes.

A sentença foi conhecida seis anos e meio depois do início do julgamento.

Oliveira e Costa, de 82 anos, não marcou presença na leitura da sentença, alegando motivos de saúde.

Em causa estão os crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, infidelidade, aquisição ilícita de acções e fraude fiscal.

Durante os mais de seis anos de julgamento foram ouvidas mais de 150 testemunhas.

O julgamento deste processo-crime, o principal do caso BPN, arrancou em 15 de Dezembro de 2010 e contava com 14 arguidos, depois da extinção das acusações contra a Labicer - após o tribunal de Aveiro ter declarado a empresa de cerâmica insolvente e ter decretado a sua liquidação - e de o Ministério Público ter deixado cair a acusação de burla qualificada contra Hernâni Silva Ferreira (Labicer e FO Imobiliária) por falta de provas.

Ascensão e queda de Oliveira e Costa

Oliveira e Costa foi secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do X Governo Constitucional, liderado pelo primeiro-ministro Cavaco Silva. Saiu o Governo em 1991.

O BPN nasceu em 1993 e Oliveira e Costa chegou à presidência da instituição em 1998.

O escândalo do BPN rebentou em 2008. Oliveira e Costa foi colocado em prisão preventiva a 21 de Novembro de 2008, até Julho de 2009, altura em que passou para obrigação de permanência na habitação.

Em Novembro de 2010, deixou a prisão domiciliária e ficou a aguardar o desenrolar do processo em liberdade, sem poder sair do país e com apresentações semanais às autoridades.

Oliveira e Costa abandonou a liderança do BPN e da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) em Fevereiro de 2008.

A nacionalização aconteceu em 2 de Novembro de 2008. Os custos totais para os contribuintes ainda não conhecidos, mas a factura já ultrapassa os três mil milhões de euros.

Comentários
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  • Joao tome
    13 nov, 2018 Martigny 06:37
    Há soluções mais radicais,para esses,nao se pode dizer pessoas,deram cabo da vida de varias familias,e andam sorridentes na rua,como se de nada tivessem feito,e preferível andarem com guarda costas,não vai ainda alguém a quem eles estragaram a vida fazer o irremediavel.
  • Anonimo
    26 mai, 2017 Porto 22:04
    Para o Sr. Tito do Porto só lhe digo que devia ter mais tento ao falar do Benfica, pois não conhece Lisboa. Por outro lado o Benfica não tem nada a ver isto, pois esse senhor chama-se Luís Filipe Vieira e é ele que está envolvido nisto, por isso não lhe admito que fale desses modos
  • couto machado
    25 mai, 2017 porto 15:31
    A maior burla da história da (in)justiça portuguesa, foi o vinte e cinco de abril, cujo regime, até hoje, está em permanente desgaste, até que alguém coloque novamente nos carris, este desgraçado País. Já estou a adivinhar muito gajo e gaja a dizer: este tipo quer o regresso do Salazar. Se ele viesse novamente ao mundo, morria passado alguns segundos...vivemos num estado de direito e democracia. O que podemos querer mais ?
  • mendes
    25 mai, 2017 braga 15:10
    engracado todos que sao condenados sao do centro direita na esquerda nao ha corruptos e tudo gente seria mas ontem eram pobres e hoje sao ricos vamos la entender porque --vejo aqui muitos comentarios a acusar o cavaco e esquecem se de dizer para averiguarem a riqueza de mario soares meus amigos os ladroes encostam se na politica e na banca porque e ai que podem roubar e estar protegidos pelos camaradas e pela lei portuguesa -ainda a pouco tempo este governo criou a lei que permite que os politicos recebam prendinhas um politico como ganha pouco pode receber prendinhas um desgracado que nao tem pao para comer se roubar um pao e preso mas eu sempre houvi dizer e e a realidade caes grandes nao se mordem porque teem medo uns dos outros
  • Manuel Azevedo
    25 mai, 2017 Braga 13:37
    TANTA COISA QUE SE PODE AVALIAR NA JUSTIÇA EM PORTUGAL, ANDA TUDO OU QUASE TUDO ÁS AVESSAS, SENDO SEMPRE OS MAIS POBRES E DESPROTEGIDOS A PAGAR OS ERROS E ROUBOS DOS FACILITADOS LADRÕES E VIGARISTAS, A DEMOCRACIA PORTUGUESA ROLA MUITO DE VAGAR E A DUAS VELOCIDADES, A PRIMEIRA CADA VEZ SE VÊ COM MAIS PROGRESSO E A SEGUNDA CADA VEZ COM MAIS ATRASOS, TERÁ QUE HAVER UMA MUDANÇA PARA MELHOR DOS QUE ANDAM COM MENOS VELOCIDADE PARA A FRENTE,, DIZEM QUE A JUSTIÇA É CEGA MAS EM PORTUGAL VÊ BEM...
  • pinto
    25 mai, 2017 custoias 13:29
    Estes ladrões com recursos em cima de recursos não chegarão a irem presos.
  • Manuel
    25 mai, 2017 11:41
    UM POBRE QUE ROUBE UM MISERO PACOTE DE ARROZ, DE UM SUPERMERCADO, ARRISCA-SE A IR ALGEMADO PARA A ESQUARDA E TER UMA SERIE DE PROBLEMAS,COM A JUSTIÇA.
  • José Guimarães
    25 mai, 2017 Valongo 09:50
    Mais uma vez se confirma que em Portugal existe uma justiça para os pobres e outra justiça para os ricos Está cambada que roubou os portugueses, que contribuiu para o empobrecimento do país, ainda tem direito e dinheiro para recorrer recorrer recorrer! Estas situações fazem muita confusão aos pobres. Os ladrões do país têm todos tratamento VIP Está cambada deverá seguir imediatamente para trás das grades, sem direito a recursos Devem devolver tudo o que roubaram, até à terceira geração familiar Estes ladrões colocaram a nossa economia na falência . É oportuno perguntar, porque razão o senhor Ricardo Salgado não está atrás das grades? Este senhor roubou milhares de portugueses. Por outro lado, recebe mensalmente uma reforma de 95 mil euros Quem de direito, já pensou, que justo será, se retirarem 94 mil euros, para abater ao que roubou, entregando-lhe apenas 1000 euros para ele viver e, que é muito bom. Os portugueses já não suportam mais estas desigualdades praticadas pela justiça. Só é ignorante e estúpido quem quer. É urgente, continuar a prender todos os ladrões, dando-lhes o mesmo tratamento criminal que dão aos pobres. É preciso que a justiça não transforme numa verdadeira injustiça, como é fácil de concluir a todo o instante. Chega de hipocrisia, mentira, vaidade e abuso de poder, de todas as instituições, em geral Todas as instituições em Portugal precisam de ser democratizadas. Exige-se igualdade de direitos, deveres e de tratamento Viva os humildes e sérios!
  • Antonio Ferreira
    25 mai, 2017 Porto 09:09
    Sem comentários ! E o Dias Loureiro.....e o Filipe Vieira.....são tantos que nem dá para mencionar todos. Isto é mesmo um país de brincadeira.........., paga ´´ Zé povinho ´´. Não exijam ao povo aquilo que os outros roubaram..........o povo já pagou tudo com juros.
  • Maria Silva
    25 mai, 2017 Lisboa 09:06
    Concordo com o Sr. Quero Bancarrota. Mas, para além das condenações em anos de prisão fica a questão, quem vai indemnizar o estado em mais de 3 mil milhões de euros??? Bom na realidade já sei, sou eu e os restantes 10 milhões de portugueses...............

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