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​Investigação revela milhares de casos de chantagem sexual por mês no Facebook

23 mai, 2017 - 01:07

Jornal britânico "The Guardian" revela documentos internos do Facebook com os critérios para aprovação de conteúdos.

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O jornal “The Guardian” teve acesso a dezenas de documentos internos do Facebook e revela como a maior rede social do mundo lida com conteúdos relacionados com sexo, terrorismo, violência e discursos de ódio.

E esses ficheiros agora vindos a público revelam que o Facebook tem que lidar, todos os meses, com milhares de potenciais casos de chantagem sexual e publicação de vídeos íntimos por vingança.

De acordo com o “Guardian”, no espaço de um mês foram registados 54 mil potenciais casos deste género.

Em Janeiro deste ano, o Facebook fechou mais de 14 mil contas relacionadas com estes tipos de abuso sexual. Em 33 situações estavam envolvidas crianças.

A maior rede social do mundo dependente das denúncias dos utilizadores sobre conteúdos ofensivos, o que significa que a escala do problema pode ser ainda maior.

Facebook deixa “bater em miúdos gordos”, mas censura “alguém dê um tiro a Trump”

Comentários como “alguém dê um tiro a Trump” são censurados pelo critérios do Facebook, porque como chefe de Estado o Presidente dos Estados Unidos faz parte das chamadas “categorias protegidas”, revela o “The Guardian”.

Mas os utilizadores da rede social podem escrever “vamos bater em miúdos gordos”, “partir o pescoço a uma gaja” ou “vai-te lixar e morre”, porque não representam “ameaças credíveis.”

Vídeos de mortes violentas, apesar de serem catalogados de “perturbadores”, nem sempre são apagados porque podem servir para chamar à atenção para problemas como as doenças mentais, argumenta o Facebook nos memorandos agora revelados.

Algumas fotografias de abusos não-sexuais e de bullying contra crianças não têm que ser apagadas, a menos que haja sadismo ou um elemento de celebração, adianta o “Guardian”.

Vídeos de abortos podem ser divulgados, desde que não contenham nudez, e imagens de abusos contra animais também.

O Facebook permite também que os seus utilizadores transmitam, em directo, tentativas de autoflagelação por não querer “censurar ou punir as pessoas em perigo”.

Fonte da empresa tecnológica disse ao “Guardian” que “o Facebook não consegue controlar os conteúdos” publicados, porque “cresceu muito, muito depressa”. Actualmente, tem cerca de dois mil milhões de utilizadores registados.

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