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Um reencontro com a pintura no silêncio da vida

22 mai, 2017 - 11:57 • Rosário Silva

O padre Manuel José Marques fala da sua pintura como “um vulcão que explode”, fruto da agitação das “plataformas de conforto”. A exposição está patente em Reguengos de Monsaraz até dois de Julho.

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“Reencontro e Silêncio” é o tema da exposição de pintura que o pároco de Reguengos de Monsaraz, Manuel José Marques, apresenta na Igreja de Santiago-Galeria de Arte, em Monsaraz.

São 35 pinturas, diferentes na mensagem e nas técnicas utilizadas e que espelham, na tela, um período da vida do Padre Manuel José Marques. Entre Março de 2016 e Março de 2017, a pintura foi o seu próprio confessionário num ano pleno de desafios, mas sempre com um traço comum.

“O homem como existência, a vida, as relações, os encontros e os desencontros, as experiências interiores. Mesmo quando olhamos uma paisagem que pode parecer o Alentejo, no fundo é um Alentejo que trazemos dentro de nós e não é propriamente aquilo que encontramos cá fora. Aquela luz ou a ausência dela que trazemos dentro de nós, na nossa vida”, conta à Renascença, o sacerdote.

Satisfeito e surpreendido com o resultado desta mostra, o pároco da Unidade Pastoral de Reguengos de Monsaraz acredita que há uma força que brota da tela e que não deixa ninguém indiferente neste “Reencontro e Silêncio”.

“Primeiro é um reencontro com a pintura de uma forma mais sistemática e agora foi mesmo um reencontro. É como que um vulcão que explodiu e disse: ‘Isto vai sair’ e saiu. Depois é o silencio porque tudo isto acontece no silencio da minha vida e traduz aquilo que são as minhas experiencias, embora depois cada um possa fazer a sua leitura a partir das suas próprias experiências”, refere Manuel José Marques.

Desde sempre a expressão artística foi uma paixão relegada para segundo plano. Esta é a sua segunda exposição, 20 anos depois de ter realizado uma primeira, em Évora. O pároco de Reguengos de Monsaraz diz ter emprestado a sua vida à tela, revelando agora o resultado de um ano que foi também uma intensa aprendizagem.

“Quando a nossa vida muito banal, muito instalada, muito sossegada, pelo menos comigo acontece assim, não sai nada. Mas quando a vida agita e as plataformas de conforto se agitam e se começam a mover e começam a dizer ‘Não podes estar aqui, tens de te mexer’, então surgem coisas muito bonitas”, garante-nos.

A exposição “Reencontro e Silêncio” pode ser visitada até 2 de Julho na galeria de Arte, Igreja de Santiago, em Monsaraz e insere-se nas comemorações dos 50 anos do jornal “A Palavra”.

Comentários
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  • André Souza
    23 mai, 2017 vila pouca de aguiar 11:13
    Como é possível que se destile tanto veneno em alguns comentadores....(pintor pobre)ou pobre de espírito, cuide-se ou vai morrer "azedo", mal educado!
  • pintor pobre
    22 mai, 2017 figueira da foz 14:55
    Tenho uma cadela que faz pintura, basta eu espalhar tinta pelo chão, que ela pisa e depois passa sobre as telas e faz coisas maravilhosas, só falta arranjar uma assinatura e alguém que lhe faça publicidade para se tornar celebre!

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