Tempo
|
A+ / A-

Dia de greve nas cantinas. Mais de 50 mil trabalhadores recebem o salário mínimo

15 mai, 2017 - 06:30

Associação Nacional de Directores receia que este protesto encerre "muitas escolas".

A+ / A-

Os trabalhadores das cantinas e refeitórios escolares, de hospitais e outros serviços do Estado concessionados estão, esta segunda-feira, em greve por melhores salários. Este protesto pode levar ao encerramento de muitos estabelecimentos em todo o país.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares adianta, em comunicado, que a greve terá efeitos na prestação do serviço de refeições nos hospitais, escolas, centros de formação, fábricas industriais e outras instituições e empresas.

Em declarações à agência Lusa, António Baião, dirigente sindical da região centro, adiantou que a greve se prende “com o boicote que existe neste momento por parte da Eurest”, a associação patronal das empresas concessionárias Gertal, Itau, Uniself, Ica, para melhorar as condições de vida destes trabalhadores.

Estas empresas, que “estão na mesa de negociações, não querem melhorar as condições de vida dos trabalhadores, com salários” congelados há sete anos, sobretudo nalgumas categorias, como é o caso das cozinheiras, disse o sindicalista.

Por outro lado, a grande maioria dos mais de 50.000 trabalhadores ao serviço destas empresas recebe o salário mínimo nacional, adiantou António Baião, acusando ainda estas empresas de quererem “desregulamentar completamente o contrato colectivo de trabalho”.

12 horas diárias

A acusação prende-se com o facto de estas empresas colocarem os funcionários trabalhar 12 horas diárias, quererem retirar o subsídio de trabalho nocturno das 20h00 às 24h00 e reduzir o pagamento em dia feriado, explicou o dirigente do sindicato afecto à CGTP.

“Pese embora as empresas andarem a dizer nos locais de trabalho que vão dar aumentos salariais com efeitos a 1 de Janeiro de 2017, o sindicato decidiu manter” a greve, refere o sindicato em comunicado.

Confrontado com o anúncio da greve, o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos de Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, disse à Lusa recear que “muitas escolas” encerrem nesse dia.

“Actualmente nas escolas públicas portuguesas”, em todos os ciclos, “grande parte das cantinas são concessionadas a empresas privadas”, adiantou Filinto Lima.

Assim sendo, se a greve se confirmar, “as escolas ficarão sem o serviço de alimentação das cantinas, que são o local essencial dos alunos, onde almoçam”, e muitas terão que fechar.

Os trabalhadores em greve vão concentrar-se junto aos escritórios do grupo Trivalor, na Maia, no Porto, e em Lisboa, junto à Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • mendes
    15 mai, 2017 braga 18:19
    concordo contigo uns nao fazem nada e ficam ricos outros trabalham a vida inteira e nao teem pao para comer
  • É isto aí meu
    15 mai, 2017 dequalquerlado 16:22
    O ps já levou 3 vezes o país à banca rota? E tu acha lá na tua que o psd também fez muito melhor? Tanto ps como psd e pcps e por aí adiante, são todos farinha do mesmo saco. Se levou o país à banca rota, não foi de certeza por subir os salários aos trabalhadores, porque desde de 2010 quem tem sido penalizados são sempre os mesmos, com a agravante do coelho ainda retirar mais. Este país chegou ao que chegou, pelos bancos e pelos corruptos e pelos fundos europeus que foram desperdiçados em subsídios e desviados por muita boa gente e empregues em estradas e campos de futebol, como em tantas porcarias para se deixar de produzir.
  • mendes
    15 mai, 2017 braga 15:18
    orabem so te esqueceste de dizer que o ps ja levou o pais 3 vezes a banca rota
  • Orabem!
    15 mai, 2017 dequalquerlado 12:50
    E ainda, Cavaco foi sempre um defensor da precariedade, era esta mumia que dizia que os salários tinham que ser baixos para que as empresas investissem em portugal, ou seja, como é que se pode defender uma coisa destas? Quer dizer, então por esta ordem de ideias, portugal instalava as empresas nos países de africa, contribuindo para menos empregabilidade e dando o exmplo para que outras dos países mais ricos instalassem as suas contribuindo para salários precários. Será isto um exemplo de inteligencia? De respeito ao trabalhador? Pois é, é por estas e por outras e com estes fascistas disfarçados de democratas que este país chegou a esta situação. É o que temos tido, mas com o apoio de um povo casmurro, burro... que deu várias vezes a vitória a cavaco, para depois se arrependerem e dizerem que ele foi dos piores presidentes.... Portanto um povo que merece bem aquilo que tem pela sua escolha.
  • Ora bem!
    15 mai, 2017 dequalquerlado 11:36
    (continuação) Depois não se vê melhorias com este costa, os trabalhadores continuam com os salários precários e congelados, e na mesma pobreza, com os empresários sempre a fazerem o que querem, tanto é que muitos deles não querem melhorar as condições de vida dos trabalhadores, com salários” congelados há sete anos, e ainda por outro lado a grande maioria com o salário mínimo, mas o que é pertinente é o próprio estado a seguir o mesmo exemplo, entregando serviços públicos a privados para que estes possam explorar a seu belo prazer, depois é o próprio estado a reduzir o pessoal dos quadros para substituir por contratos temporários e pelo salário mínimo, uma vergonha o que se passa nestes país, tanto pelos empresários como da parte dos governantes, e quando se diz que o desemprego está a descer é uma mentira descarada, o que acontece é que sai dez precários e entram dez em condições precárias, por isto este país não passa disto, um país cheio de pobreza e cheio de falta de dignidade. Enquanto não puseram a regredir isto ao tempo da fome não descansaram, este país está cheio de pseudo democratas, e são estes os responsáveis pela falta de democracia em vivemos. Um país nunca poderá ser democrático enquanto há desemprego, precariedade no trabalho e falta de dignidade, sem poder de compra para nada. Este país é bom é para políticos, gestores e doutorzinhos, o resto leva é com o salário mínimo e vá te amanhando, porque há quem esteja pior. Este país o que cresce mais é na estupidez....
  • Orabem!
    15 mai, 2017 dequalquerlado 11:07
    Esta ditadura, fascismo dos patrões de fazerem o que querem tá mais que visto que é pela cobertura do apoio dos governantes, estes medíocres que nos têm andado a governar, e são eles, fantoches dos patrões e empresários, que têm andado a contribuir para toda a precariedade, pobreza, falta de respeito, exploração, falta de dignidade. Já o coelho aumentou por mês entre 20 a 24 horas de borla, mais as horas dos feriados, tudo para dar a patrões, enquanto os trabalhadores sempre com cada vez menos, menos direitos e sempre com salários congelados. Um autêntico carrasco aos trabalhadores (mais nomes.......) Por isso não é de admirar as palavras de apoio ao mesmo, tanto dos empresários, como os que beneficiavam das suas politicas. E ainda sem qualquer respeito pela dignidade das famílias, atirando aos precários que estes é que gastaram acima das suas possibilidades, ora um país que deixou de produzir, que houve empresas e patrões que mam---os os subsídios dos fundos europeus para dar formação e desenvolver as empresas, mas que foram parar a uma conta recheada e depois fecharam as portas e lançaram montes deles para o desemprego, com os salários baixos, com o nível de vida que subiu três vezes mais, basta comparar o muito que se comprava com o escudo e o pouco que se passou a comprar com a moeda única, dizer que se gastou acima das suas possibilidades é no mínimo gozar com o bom senso dos outros
  • Indignada
    15 mai, 2017 Fig Foz 10:41
    Esta notícia, é tão democrática", tão honesta, reveladora de um profissionalismo do jornalista que a construiu, que NÃO refere qual é o valor dos salários de miséria que têm os referidos funcionários, mas sei que anda na ordem dos 300 a 400 euros mensais..., com a exploração democrática referida! Mas de um regime que vive das euro-esmolas e anda concubinado com os despóticos regimes da Guiné Equatorial, Angola e China, o que se pode esperar?
  • BG
    15 mai, 2017 Valongo 10:21
    Pena é que um dia não vai afectar em nada, basta levar umas sandes de casa........ se fosse um mês estes proxeneta iriam certamente chegar-se à frente.... mais grave do que tudo que aqui é relatado, existe pessoas contratadas para fazerem 2 horas diárias e que são pagas com base no SMN.

Destaques V+