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Governador de Jacarta condenado a dois anos por blasfémia

09 mai, 2017 - 17:28

Basuki Tjahaja Purnama, conhecido como “Ahok” é cristão e disse em 2016 que havia quem estivesse a dizer, erradamente, que o Alcorão proibia que um não-muçulmano liderasse muçulmanos. O comentário valeu-lhe acusação de blasfémia.

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O governador de Jacarta, Basuki Tjahaja Purnama – conhecido como Ahok – foi condenado esta terça-feira a dois anos de cadeia por acusação de blasfémia, uma decisão que revela a crescente influência de grupos muçulmanos extremistas na Indonésia, o maior país muçulmano do mundo em termos demográficos.

Ahok, que é cristão e de etnia chinesa, comentou em 2016, durante uma visita a uma terra nos arredores de Jacarta, que havia opositores dele que estavam a dizer, erradamente, que o Alcorão proibia que fiéis islâmicos fossem liderados por um não-muçulmanos.

Uma versão vídeo desses comentários foi divulgado e legendado de forma errada, levando a grandes manifestações que culminaram na acusação de blasfémia.

A sentença, lida hoje, chocou os apoiantes de Ahok, uma vez que até a procuradoria indonésia tinha pedido apenas um ano de pena suspensa. O juiz condenou-o a dois anos de pena efectiva, que começam a ser cumpridos de imediato, não obstante o recurso interposto pela defesa.

Manifestantes contra e a favor do governador marcaram presença junto ao tribunal e seguiram-no até á prisão, com os seus apoiantes a jurar não abandonar o local enquanto não for libertado. Um tribunal superior poderá, eventualmente, suspender a pena enquanto o recurso não é considerado.

Já os opositores, muçulmanos fundamentalistas, dizem que a condenação peca por escassa, e pediam os cinco anos de pena máxima.

O Governo colocou um forte contingente de polícias em alerta para o caso de as manifestações se tornarem violentas, mas não foram registados confrontos.

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