30 abr, 2017 - 17:09
A candidata presidencial francesa da extrema-direita, Marine Le Pen, propôs a coexistência de duas moedas, uma para operações internas e outra para as internacionais, afirmando que o "euro está morto".
"Haverá uma moeda para compras diárias e outra para as grandes empresas que comercializam internacionalmente", explicou Le Pen, numa entrevista publicada este domingo no jornal "Le Parisien".
Para a líder de extrema-direita, cujo principal adversário na segunda ronda das presidenciais francesas a 7 de Maio é o liberal pró-europeu Emmanuel Macron, o euro é "em grande parte responsável pelo desemprego em massa" em França, por não estar "adaptado" à economia francesa.
Le Pen afirmou que se chegar ao poder vai negociar com a União Europeia a recuperação de quatro soberanias que considera "essenciais" e que são o território, a lei, a economia e a moeda, e adiantou que, caso falhe a negociação, avançará para referendo.
"Se votarem não, não poderei manter-me em funções", admitiu a candidata, cuja proposta de abandonar o euro levanta preocupações nos franceses, já que cerca de 70% são a favor da permanência na moeda única.
No entanto, frisou que se ganhar esse referendo passará a ter uma posição de força que a União Europeia será obrigada a aceitar, pois não quererá deixar partir um país fundamental, como aconteceu com o Reino Unido.
Emmanuel Macron venceu a primeira volta das presidenciais francesas com 24,01% dos votos, à frente de Marine Le Pen, que conseguiu 21,30% dos votos.