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Portugueses gastam mais de oito horas em deslocações durante a semana

26 abr, 2017 - 07:58

Inquérito europeu revela que os portugueses usam mais o carro para ir trabalhar, mas são os gregos que mais tempo demoram em deslocações.

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Em média, os portugueses gastam 8h11 em deslocações durante os dias úteis, menos 1h24 que a média dos europeus. As conclusões decorrem de um inquérito feito em 10 países da Europa, numa primeira edição do Observatório Europeu da Mobilidade promovido pela consultora Boston Consulting Group e pela empresa de inquéritos IPSOS.

Segundo a sondagem – que envolveu cerca de mil portugueses e um total de 10 mil europeus – 45% dos portugueses queixam-se da fluidez do tráfego nas horas de ponta (contra 58% de média europeia), enquanto 66% consideram que os investimentos públicos em soluções de transporte intermodal são, actualmente, insuficientes (a média europeia é de 61%).

No total de 10 países analisados, os portugueses são o povo que mais utiliza o automóvel para ir trabalhar: 72% contra 61% da média europeia. Quase 40% consideram ser difícil usar transportes públicos perto da sua habitação e apontam como principais razões a reduzida frequência e os "destinos serem mal servidos".

Quase um quarto dos inquiridos (23%) tem a sensação de estar "demasiado longe de tudo" (26% para a média europeia), uma constatação repetida sobretudo por pessoas que vivem numa zona rural.

Perante a questão se usaria menos o carro caso os investimentos necessários em mobilidade fossem realizados, os portugueses são dos que mais concordam com a afirmação (77% contra 66% da média europeia).

Neste ranking, mas quem gasta mais gasta tempo em deslocações são os gregos: 13h02. Pelo contrário, os que demoram menos tempo em viagens de segunda a sexta-feira são os franceses – 7h12.

Em Portugal há ainda "expectativas muito fortes" quanto à melhoria das condições de deslocação e maior satisfação, na comparação com a média europeia, com a rede rodoviária, mostrando a terceira melhor pontuação, depois da Alemanha e da França.

Com as novas tecnologias, os portugueses acreditam que dentro de 15 anos poderão percorrer distâncias muito longas em veículos eléctricos sem problemas de autonomia (86% contra 73% para o conjunto dos europeus), deixar o seu carro à entrada das cidades e utilizar apenas transportes públicos acessíveis desde esses locais (81% contra 70% em média) e circularem veículos sem emissões de gases com efeito de estufa (85% contra 68% no geral).

Os portugueses prevêem ainda que as inovações vão permitir circular sem nenhum risco de avaria ou acidente, que os carros eléctricos se recarregarão.

Para este inquérito foram questionadas pelo menos mil pessoas em França, Irlanda, Itália, Alemanha, Espanha, Bélgica, Grécia, Polónia, Eslováquia e Portugal.

Comentários
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  • Martins
    26 abr, 2017 LX 12:52
    E em Lisboa a situação fica pior a cada dia que passa. Os estreitamentos das vias e a guerra contínua que a CML faz à mobilidade automóvel através de bloqueios e sentidos proibidos contra a lógica da fluidez do tráfego, aumentam os tempos de deslocação, a poluição e as alternativas de transporte pública são cada vez mais deficientes.

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