25 abr, 2017 - 16:25
Bruno de Carvalho deixou um apelo, esta terça-feira, quanto à necessidade, no seu entender, de se registar "um 25 de Abril no futebol".
Através da página oficial da rede social Facebook, o presidente do Sporting aproveitou as comemorações do 43º aniversário da revolução que instaurou a democracia em Portugal para assumir que a "indústria" do desporto-rei nacional ainda não incorporou os valores daquele histórico dia de 1974.
"Tenhamos a coragem de fazer um 25 de Abril no futebol e lutemos juntos pela liberdade, transparência, verdade desportiva e dignificação do sector e dos seus agentes. (...) Ora, a indústria do futebol é, claramente, um dos sectores onde o 25 de Abril ainda não se cumpriu por completo. Há ainda quem não tenha percebido, certamente por conformismo ou porque beneficia do estado actual das coisas, a necessidade imperiosa de uma revolução pacífica, porém disruptiva e estruturante, no futebol português", postou Bruno de Carvalho, avançando algumas recomendações para que o tal 25 de Abril chegue em definitivo ao futebol nacional.
"É fundamental, desde logo, que os regulamentos sejam revistos em linha com as leis fundamentais da República, porque ninguém pode estar ou viver acima dessas. É fundamental que haja igualdade de tratamento entre clubes, para que não haja uns que são mais iguais que outros. É obrigatório que todos, sem excepção, se mentalizem da urgência desta reforma estrutural que o futebol exige, de modo a contribuirmos todos para que esta indústria seja, cada vez mais, um exemplo e um modelo de liberdade, verdade e dignidade", prosseguiu, deixando ainda um pedido aos adeptos do Sporting, poucos dias depois do falecimento trágico de um cidadão italiano e apoiante dos leões, durante uma rixa verificada nas imediações do Estádio da Luz.
"Os adeptos não podem ser ignorados nem marginalizados. Mas também eles têm que saber estar à altura do momento que vivemos. Reforço por isso o apelo que já fiz, uma e outra vez, para que no Sporting CP sejamos todos capazes de não nos rebaixarmos ao nível daqueles que não sabem estar no desporto de forma digna e que valorizemos, como o temos feito, a grandeza dos nossos princípios e valores enquanto instituição centenária. A rivalidade saudável é um bem comum, a guerrilha e as provocações constantes só nos conduzem a tragédias e desgraças que não podem repetir-se", completou.