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Venezuela. Maduro quer diálogo, oposição apela a novos protestos

20 abr, 2017 - 07:11

Pelo menos três pessoas morreram na "mãe de todas as manifestações" e mais de 400 foram detidas.

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Pelos menos três mortos, centenas de detidos. Venezuela em tensão crescente
Pelos menos três mortos, centenas de detidos. Venezuela em tensão crescente

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Na Venezuela, os manifestantes prometem voltar esta quinta-feira à rua, apesar de o Presidente ter convocado a oposição para um novo diálogo, depois de milhares de venezuelanos se terem manifestado nas principais cidades do país contra a violação da Constituição e a exigir eleições livres no país, naquela que já conhecida como “a mãe de todas as manifestações”.

"Jorge Rodríguez (autarca do município Libertador), Elías Jaua Milano (ministro da Educação) e Delcy Rodríguez (ministra de Relações Exteriores) são os meus três porta-vozes para o diálogo nacional", anunciou Nicolás Maduro.

O Presidente falava na Avenida Bolívar, em Caracas, perante milhares de simpatizantes que marcharam para assinalar os 207 anos de um movimento popular que deu início à independência da Venezuela e que se manifestavam igualmente em defesa da soberania do país e contra as alegadas intenções dos Estados Unidos de impulsionar um golpe de Estado.

"Dou-lhes todo o poder para convocar, nas próximas horas e dias, com elevação e com honra, todos os sectores da oposição que queiram sentar-se a dialogar sobre o futuro do país e pela paz", frisou.

Maduro diz-se pronto para estar "cara a cara com os porta-vozes da oposição, para dizer-lhes quatro verdades, outra vez, e pedir-lhes, a nome de milhões de homens e mulheres da Venezuela, que rectifiquem e que terminem com a violência e o golpismo".

Oposição quer novas manifestações

Apesar do apelo ao diálogo, a oposição voltou a convocar protesto anti-Maduro para esta quinta-feira.

Na "mãe de todas as manifestações", na quarta-feira, dezenas de milhares de venezuelanos saíram às ruas de algumas das principais cidades do país para protestar contra o que dizem ser uma ruptura constitucional, para pedir o fim da "ditadura" e a realização de eleições livres.

Os manifestantes protestam ainda por duas recentes sentenças em que o Supremo Tribunal de Justiça concedeu poderes especiais ao chefe de Estado, limita a imunidade parlamentar e assume as funções do parlamento.

De acordo com o mais recente balanço, pelo menos três pessoas morreram durante os protestos – dois estudantes e um agente da autoridade. Há também a indicação de mais de 400 pessoas detidas.

Portugueses mais presentes nos protestos

Na Venezuela, há pelo menos 500 mil portugueses ou descendentes de portugueses. Em declarações à Renascença, o delegado da Agência Lusa em Caracas, Filipe Gouveia, revela que há um maior envolvimento dos portugueses nas manifestações.

“Tem havido nos últimos tempos, uma maior participação da comunidade portuguesa nas marchas - quer a favor, quer conta o governo do presidente Nicolás Maduro”, descreveu.

“Tive oportunidade de falar com alguns portugueses e a maioria deles - apesar de centrarem a sua actividade nas questões profissionais, estar no país mais para trabalhar, para conseguir dar qualidade de vida aos seus - nesta oportunidade falavam também de que as carências do país, em matéria de alimentos, de medicamentos eram uma das razões que os levavam para a rua, para protestar”, detalha.

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  • rui condeus
    20 abr, 2017 Couço 16:59
    JF parte e vai ajudar os teus amigos Revolucionarios do maduro.As populações sabem o que estão a passar ao ser comandados por um louco.Junta-te ao maduro e será mais um lunático comunista a dizimar o pobre povo Venuzuelano em prol da revolução bolivariana comunista.
  • JF
    20 abr, 2017 15:07
    É o fracasso da governação e das políticas da Mesa da Unidade Democrática (MUD) impostas aos cidadãos da República Bolivariana da Venezuela e rechaçada pelos mesmos, que geraram a crise económica, a supressão de medicamentos e bens essenciais bem como o condicionamento do seu respectivo abastecimento. Numa tentativa desesperada de impor o regime neoliberal, a Mesa da Unidade Democrática (MUD) viola e deturpa a Constituição da República Bolivariana da Venezuela, recusa-se a dialogar, e promove a violência armada nas ruas através de grupos de choque, terroristas, e organizações não-governamentais (ong’s) apoiados pela Inglaterra e os seus aliados através do suporte financeiro e militar dos Estados Unidos da América, para criar o clima de ingovernabilidade proporcionando as bases para lançar um ataque de Bandeira Falsa (False Flag) no país e justificar uma intervenção militar estrangeira.
  • Antonio
    20 abr, 2017 Portugal 14:06
    O pass com maiores reservas de petróleo na miséria com inflação de quase 1000% e há quem defenda esse regime. Um regime que fala em dialogar enquanto vai retirando poder aos órgãos eleitos democraticamente. Mais um caso em que o socialismo falhou, mas a extrema-esquerda não aprende e quer trazer a miséria para Portugal.
  • Emilia Santos
    20 abr, 2017 Lisboa 11:57
    PCP e BLOCO digam alguma coisa. Os irmãos são para defenderem nas horas amargas. E vocês já sabem muito sobre estes golpes.Cá logo a seguir Abril praticaram vários golpes e queriam fazer o mesmo, distribuiram armas aos gaseados do PCP, UDP(hoje bloco) e deram ordens para matar quem não fosse comunista.Por isso já estão treinados nisto.E nunca os vi arrependidos pelos Portugueses que morreram nesses golpes.
  • Ovidio
    20 abr, 2017 Lisboa 11:27
    Com tanta gente a encher a maior praça de Caracas porque terá este Maduro tanto medo de eleições? Um dos maiores produtores de crude do mundo que correram com as petrolíferas americanas há tantos anos não conseguem resolver os seus problemas. O Maduro já tem todos os poderes. Até as milicias armadas estão a ser reforçadas. E a culpa é sempre dos americanos !!!
  • João Lopes
    20 abr, 2017 Viseu 11:15
    Os comunistas são sempre coniventes com os “seus camaradas” marxistas, por mais criminosos que sejam. Já alguém ouviu dos comunistas do Bloco de Esquerda e do PCP uma palavra de repúdio para com Maduro, o ditador ignorante e louco que cortou a voz dos opositores e tem a Venezuela na mais negra miséria?
  • DITADURAS FEROZES
    20 abr, 2017 Lx 10:57
    A DITADURA DA ESQUERDALHA POPULISTA DE UM FACÍNORA E OS KAMARADAS DO PCP REJUBILAM COM O DITADOR MADURO. ..FANTÁSTICO ESTE COMUNISMO PORTUGUÊS...TRISTEZA DE GENTE QUE SÓ TROUXE MISÉRIA AO POVO VENEZUELANO ESPERANO FAZER O MESMO EM PORTUGAL.É PARA RIR OU CHORAR KAMARADA JERÓNIMO... SÓ FALTA A DEFESA A OUTRAS DITADURAS FEROZES COMO CUBA e COREIA DO NORTE...PORQUE É QUE OS COMUNAS NÃO SE MUDAM PARA UM DESTES "PARAÍSOS"... NA TERRA:..
  • Miguel Botelho
    20 abr, 2017 Lisboa 09:06
    As manifestações convocadas por alguns partidos da coligação «MUD» já tinham sido anunciadas e o governo está a responder às provocações e aos ataques, diariamente. Ainda ontem, o PSUV e o presidente da Venezuela encheram, de novo, a maior praça de Caracas. A Renascença nada mostrou, para fazer com que os leitores pensem que só existe esta versão dos acontecimentos (caos). Muito pior do que esta peça de reportagem, baseada em desinformação diária, é o total silêncio da Renascença em relação ao ataque do ISIL (ou dos mercenários pagos pelos EUA e Arábia Saudita) a um corredor sírio que causou 160 crianças mortas. Tal como as agências a soldo dos EUA de Trump que decidiram esquecer esta notícia, a Renascença faz o mesmo. Tristeza!
  • vc
    20 abr, 2017 vc 08:47
    Aqui anda manzinha de reaça!...
  • Camarada Vasco
    20 abr, 2017 Lisboa 08:21
    Vejam a desgraça e a miséria que nos espera se algum dia a Doutora Catarina , o Dr.Jerónimo e afins tomarem o poder .

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