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Duas pessoas mortas na "mãe de todas as manifestações" na Venezuela

19 abr, 2017 - 18:55

Um estudante e uma mulher foram atingidos por disparos de arma de fogo.

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Jovem baleado na cabeça durante manifestação na Venezuela
Jovem baleado na cabeça durante manifestação na Venezuela

Uma mulher de 23 anos morreu no Estado venezuelano de Táchira (oeste), próximo de onde decorria uma manifestação contra o Governo, que se tornou violenta, relataram testemunhas, mas as autoridades ainda não esclareceram as circunstâncias da morte.

A jovem é a segunda vítima mortal da violência ocorrida durante protestos convocados para em toda a Venezuela pela Mesa para a União Democrática (MUD, oposição), depois de um rapaz de 17 anos ter sido baleado na cabeça, na capital venezuelana.

"A mulher não participava no protesto, ela estava a quatro quarteirões do protesto e abrigou-se na praça San Carlos, juntamente com outras pessoas, quando começaram os tumultos", relatou à agência noticiosa espanhola, Efe, um jornalista presente no local dos acontecimentos.

A mesma fonte indicou que, segundo testemunhas, a mulher decidiu sair da praça vários minutos depois e que um grupo de supostos civis armados, que haviam actuado contra a manifestação, disparou sobre ela "à queima-roupa e sem troca de palavras".

O corpo da vítima foi levantado por uma comissão do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminais, no meio de "protestos de moradores" contra a violência, disse ainda.

O governador opositor e candidato presidencial por duas vezes, Henrique Capriles, referiu-se aos acontecimentos através da sua conta na rede social Twitter, em que partilhou uma nota de respeito e acrescentou: "Aqui está a resposta de Maduro -- matar venezuelanos".

Horas antes, um rapaz de 17 anos foi baleado na cabeça, quando se encontrava no local de uma das concentrações da oposição ao Presidente, Nicolas Maduro, no centro de Caracas, acabando por morrer na clínica para onde foi levado.

O Ministério Público da Venezuela informou ainda que duas pessoas foram feridas nas manifestações em Caracas: uma mulher foi agredida com "um objecto contundente na cabeça" e um homem foi atingido a tiro.

A Venezuela é hoje palco de manifestações de opositores e apoiantes do regime venezuelano, no dia do 207.º aniversário da 'revolução' de 1810, que levou à independência do país.

A intenção dos opositores do Presidente, Nicolas Maduro, é realizar a "mãe de todas as marchas", em todos os 24 estados do país. A mobilização convocada para o centro de Caracas é uma dos 26 protestos promovidos pela oposição na capital com o objectivo de se juntarem numa grande marcha, que se dirigiria à sede principal da Defensoria del Pueblo, uma espécie de procuradoria popular, localizada perto do local dos acontecimentos.

Antecipando o protesto, o Presidente ordenou às Forças Armadas Bolivarianas (FAB) que se dispersem por todo o país e anunciou que aprovou um plano para aumentar para 500 mil os membros da Milícia Bolivariana que, armados, serão enviados "em defesa da moral, da honra, do compromisso com a pátria".

Em paralelo, o Governo anunciou uma "marcha histórica", em Caracas, para assinalar o aniversário da 'revolução'.

Desde o início de Abril, uma onda de manifestações foi marcada por violentos confrontos com a polícia que fizeram pelo menos seis mortos e centenas de feridos.

O Governo português garante estar atento ao desenrolar dos acontecimentos na Venezuela, país que acolhe de 500 mil emigrantes portugueses e luso-descendentes.

O executivo de Lisboa tem um plano de contingência para a comunidade portuguesa na Venezuela, em caso de agravamento da situação no país, afirma o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

[Actualizado às 23h13]

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  • Nuno
    20 abr, 2017 V.N.Gaia 15:29
    Sr.Carlos Almeida, pelo seu comentário deve ser social comunista.da ultima geração forjada na incubadora do partido. Comparar a pobreza e a miséria que existe nos EUA com a que existe actualmente na Venezuela é de uma ignorância confrangedora. Veja o nível de vida dos EUA ,apesar da pobreza e da miséria que você afirma com a Venezuela, compare-o com a existente (agora um pouco melhor) e a que existia nos países que estavam sobre o domínio dos comunistas europeus.Porque será que toda a gente quer ir para os EUA? Será para passarem por mais necessidades e miséria do que passam seus países de origem? Tenha juízo e procure informar-se melhor, e não pensar por aquilo que lhe impingem.
  • João Lopes
    19 abr, 2017 Viseu 20:46
    Os comunistas são sempre coniventes com os “seus camaradas” marxistas, por mais criminosos que sejam. Já alguém ouviu dos comunistas do Bloco de Esquerda e do PCP uma palavra de repúdio para com Maduro, o ditador ignorante e louco que cortou a voz dos opositores e tem a Venezuela na mais negra miséria?
  • carlos almeida
    19 abr, 2017 Lisboa 20:26
    As pessoas que escrevem idiotices vão antes ao EUA para ver o que é pobreza e miséria.
  • Nuno
    19 abr, 2017 V.N.Gaia 19:36
    Como é possível ainda que ainda haja Portugueses que acreditam no pcp e votem nessa gente. Aqui se vê a sua verdadeira democracia, deviam era ter vergonha.

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