Tempo
|
A+ / A-

Morreu a jovem de 17 anos internada com sarampo. Não estava vacinada

19 abr, 2017 - 09:31

Desde Janeiro, a DGS confirma 21 casos em Portugal, havendo outros em investigação.

A+ / A-

Veja também:


Morreu a jovem, de 17 anos, que estava internada com sarampo nos cuidados intensivos pediátricos do Hospital Dona Estefânia.A informação é avançada pelo Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE (CHLC).

A nota informa que faleceu "durante a madrugada de hoje, 19 de Abril, na sequência de uma situação clínica infecciosa com pneumonia bilateral - sarampo".

Segundo a DGS, desde Janeiro de 2017 e até ao fim do dia de segunda-feira foram confirmados 21 casos de sarampo em Portugal, havendo outros casos ainda em investigação.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Pode ser prevenida pela vacinação, que em Portugal é gratuita.

Pelo menos 14 países europeus têm registado surtos de sarampo desde o início deste ano, com a Roménia a liderar o número de casos, com mais de quatro mil doentes em seis meses, desde meados de 2016.

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), o número de países europeus com casos de sarampo foi crescendo no início deste ano e quase todos eles terão ligação ao surto que começou na Roménia em Fevereiro de 2016.

Além de Portugal, registaram surtos de sarampo a Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Itália, Suíça e Suécia.

O que precisa de saber sobre o sarampo
O que precisa de saber sobre o sarampo

Doença altamente contagiosa

Segundo a DGS, desde Janeiro de 2017 e até ao fim do dia de segunda-feira foram confirmados 21 casos de sarampo em Portugal, havendo outros casos ainda em investigação.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

A vacinação é a principal medida de prevenção contra o sarampo, sendo gratuita e incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV). As crianças devem ser vacinadas aos 12 meses e repetir a vacina aos cinco anos.

Segundo a norma clínica emitida pela DGS na semana passada, as complicações do sarampo podem incluir otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalite.

Com um período de incubação que pode variar entre sete a 21 dias, o contágio dá-se quatro dias antes e quatro dias depois de aparecer o exantema (erupções cutâneas).

Vacinação gratuita desde 1974

O número de casos de sarampo em Portugal ultrapassou, nos primeiros quatro meses deste ano, os da última década, segundo dados de vários relatórios da Direcção-Geral da Saúde.

De acordo com os vários relatórios sobre doenças de declaração obrigatória, entre elas o sarampo, entre 2006 e 2014, Portugal registou 19 casos de sarampo - quase todos importados - quando, desde Janeiro deste ano até hoje, já houve 21.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

Com a vacinação gratuita das crianças, a partir de 1974, e sobretudo com a introdução de uma segunda dose de vacina em 1990, o sarampo acabou por se tornar quase uma doença esquecida ou invisível.

Mas entre 1987 e 1989 tinham sido notificados em Portugal 12 mil casos, contabilizando-se 30 mortes.

Surtos em vários países

Pelo menos 14 países europeus têm registado surtos de sarampo desde o início deste ano, com a Roménia a liderar o número de casos, com mais de quatro mil doentes em seis meses, desde meados de 2016.

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), o número de países europeus com casos de sarampo foi crescendo no início deste ano e quase todos eles terão ligação ao surto que começou na Roménia em Fevereiro de 2016.

Mais de 500 casos de sarampo foram reportados só este ano na Europa, afectando pelo menos sete países, segundo a OMS, que avisa que muitos dos casos de sarampo ocorrem por causa de pais que não querem vacinar os seus filhos.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Rui Palmela
    19 abr, 2017 Setubal 22:26
    Pelo que ouvi hoje, a jovem que morreu tinha a 1ª dose da vacina e não fez a 2ª porque teve um choque grave anafilático que a ia matando em pequena. Deveria haver mais seriedade de informação nos orgãos de comunicação e infelizmente este caso está sendo aproveitado pela DGS para influneciar a opinião pública no sentido da vacinação obrigatória. Felizmente o Ministro da tutela não alinha pelo mesmo diapasão e diz que este não é o melhor momento para discutir este assunto.
  • José Fortes
    19 abr, 2017 Nazaré 13:23
    Os pais devem ser responsabilizados por esta morte. - homicídio involuntário - para exemplos futuros. Têm aparecido , especialmente no facebook, "espertos" a dizer que a maior parte das vacinas são prejudiciais à saúde que possivelmente levam a alguns pais acreditarem. Estes casos também deviam ser fiscalizados. Quanto á vacinação deve ser obrigatória. Os pais não são donos da saúde dos filhos e a comunidade não pode estar sujeita a estas despesas nos hospitais que poderiam ser evitadas.
  • Filhos da ESCUTA
    19 abr, 2017 Sintra 12:53
    Pessoas que estao criticar o papel dos pais sem conhcerem a menina nem os pais deviam estar calados. As vossas afirmações sem saberem nada de nada deste caso faz de vocês pessoas ignorantes e sem respeito pelo dor de ninguem. A jovem nao podia tomar a vacina contra o sarampo por razoes que vocês nao tem nada a ver com isso. Fiquem na vossa toca e nao se metam na vida dos outros.
  • desatina carreira
    19 abr, 2017 queluz 12:26
    se tivesse tomado a vacina agora e tarde mais
  • Carloto
    19 abr, 2017 Lisboa 12:21
    Para que os outros pais não tenham problemas de consciencia por não consentirem a vacina, os pais que se deixem de ideologias e vacinem os filhos. Alem do contagio que transmitem às outras crianças. Tal como é obrigartorio o uso do cinto de segurança, também devia ser obrigatório a vacina em tempos de epidemia
  • António Miguel Vital
    19 abr, 2017 Pontinha 12:18
    Os mais idosos também tem que vacinar pois eu não sei antigamente
  • rosinda
    19 abr, 2017 palmela 12:16
    Afinal a jovem sofreu de cranro em pequena! Quem sabe a primeira dose de vacina nao desencadeou a morte rapidamente!
  • Fr
    19 abr, 2017 Portugal 12:11
    Já agora, algo que cada vez mais noto é que os principais perpetradores da miséria das crianças e dos distúrbios dp seu crescimento são mesmo os pais. Há muitos pais que são PÉSSIMOS a criar os filhos. Acho que deve ser criada uma legislação muito mais severa para punir pais que se demitem da responsabilidade dos filhos. É algo que noto mais recorrentemente um pouco por todo o lado. Pais de porcaria.
  • Rapaz
    19 abr, 2017 Cova do Vapor 12:10
    Os pais deviam ir presos
  • MAMM
    19 abr, 2017 Lisboa 12:06
    Também não quero aqui atacar os pais da menina nesta hora tão triste. Mas quero aqui dizer que se fosse o Estado que não tivesse um plano de vacinação ou se não tivesse vacinas disponíveis ou que obrigasse à vacinação, estariam aqui certamente comentários ofensivos, agressivos contra os políticos, contra os profissionais de saúde e por aí fora. Lamentável é estas correntes de opinião que se formam contra o conhecimento científico levarem as pessoas a pensar que as doenças já não existem sem perceber que isso se deve efectivamente às vacinas. Parece que Portugal neste aspecto está muito à frente, assim como na redução da mortalidade infantil e por isso mesmo é que nem liga e até pretende contrariar. Só nos importamos mesmo com o que está mal ou menos bem.

Destaques V+