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“Periferias”: um encontro de quem trabalha com os mais carenciados

31 mar, 2017 - 14:37 • Ângela Roque

Responsáveis e colaboradores de 26 obras sociais ligadas aos jesuítas estão reunidos em Almada. É um encontro de formação, debate e partilha de experiências. Porque “o compromisso social não é um slogan”, lembrou o Provincial na abertura dos trabalhos.

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“Periferias” é o tema da 3ª edição da Assembleia Social Inaciana, que decorre esta sexta-feira e sábado no Seminário de Almada. O encontro reúne cerca de 80 pessoas, entre colaboradores, voluntários e jesuítas que trabalham nas 26 obras e movimentos que pertencem à Província Portuguesa da Companhia de Jesus, ou que são de inspiração inaciana, e cuja missão “é combater as desigualdades sociais e contribuir para um mundo mais fraterno e justo”, afirma o comunicado enviado à Renascença a propósito do encontro.

“A atenção às periferias, sejam elas de nível social, urbano, ecológico ou mundial” tem sido um dos apelos constantes do Papa Francisco, lembra o mesmo comunicado, sublinhando que esta prioridade se enquadra também “nas linhas estratégicas da Província Portuguesa” que foram aprovadas pelo Superior Geral da Companhia, e que serão implementadas até 2023.

Espera-se que esta Assembleia Social ajude a consolidar ideias e a favorecer a “formação, o debate e a partilha de experiências” entre os vários participantes. Serão, ainda, lançadas as bases para a celebração do Dia Mundial dos Pobres, que foi instituído pelo Papa Francisco através da Carta Apostólica “Misericordia et Misera”, e que este ano vai ser assinalado pela primeira vez, no dia 19 de Novembro.

“O compromisso social não é um slogan”

Numa mensagem vídeo, enviada a esta Assembleia Social, o Provincial da Companhia de Jesus disse esperar que este encontro ajude a “purificar o olhar e reafirmar o nosso compromisso para com as pessoas”, para “servir melhor aqueles que nos são confiados”. O padre José Frazão Correia congratulou-se também com a escolha do tema “Periferias”. “Quando o Papa Francisco fala das periferias, o grande desafio não é apenas uma questão geográfica, mas um convite à Igreja a pensar-se e a edificar-se de outra forma. E a Igreja não se poderá edificar assim se não estiver em contacto efectivo com os pobres e excluídos, ou estão em sofrimento extremo”, afirmou o responsável jesuíta.

“O Papa chama-nos frequentemente a atenção para que o pobre, o compromisso social, não seja uma categoria, um slogan, uma estratégia social e política, um conjunto de procedimentos sem rosto onde, no fundo, os pobres perdem carne, rosto, lugar, história e biografia, e transformam-se em estratégias, números e protocolos”, disse ainda José Frazão Correia, que desafiou os participantes a acolherem “esta provocação contínua que nos convida a ir ao encontro das pessoas verdadeiramente movidos pela misericórdia e caridade”, dois aspectos que “não estão em contradição com o profissionalismo nem com a boa organização das instituições socias”. Pelo contrário, disse, esse profissionalismo e organização “devem ser uma concretização do exercício da caridade e da misericórdia”.

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