29 mar, 2017 - 20:54 • Susana Madureira Martins
O comissário europeu da Inovação, Carlos Moedas, não coloca de parte a hipótese de Mário Centeno vir a ocupar o cargo de presidente do Eurogrupo, mas faz questão de lembrar que é comissário europeu e não pode “fazer comentários sobre isso”.
Ainda assim, falando à Renascença e ao jornal Observador em Malta, onde participou no congresso do Partido Popular Europeu (PPE), Carlos Moedas respondeu a essa possibilidade dizendo: “Gosto sempre de ver portugueses em lugares de destaque na Europa e temos tido ultimamente uma quota de portugueses em grandes lugares no mundo e na Europa, o que é extraordinário e só devemos ter orgulho nisso”.
Moedas não quis alargar-se mais sobre o assunto. “Sobre quem será, como será, será um português não será e, portanto, tenho de ficar por aí como comissário europeu”.
Carlos Moedas admite que está num congresso do PPE, mas não esquece que “é comissário europeu, represento todos os europeus e não posso ter posições políticas a nível nacional de nenhum país, muito menos de Portugal”.
Depois o comissário foi abordado pela hipótese que tem vindo a circular entre os socialistas europeus do também comissário francês Pierre Moscovici poder vir a ocupar a presidência do Eurogrupo. Aqui Carlos Moedas refere que tem “uma excelente relação com Moscovici, é um político muito experiente, é um dos comissários mais importantes no colégio e está a fazer um excelente papel”, acrescenta. E para concluir Moedas diz que “se alguma vez ele decidir sair seria uma pena, foi um homem que esteve sempre do lado daquilo que é o interesse de Portugal e espero que não saia do colégio de comissários”.
A decisão será tomada pelos vários países, relembra Moedas, e é preciso saber o que vai ser o próximo Governo da Holanda saído das últimas eleições legislativas, questionando se Djisselbloem se manterá como ministro das Finanças após o resultado eleitoral.
Brexit, o desastre a que é preciso reagir
Carlos Moedas falou ainda aos jornalistas portugueses em Malta sobre o Brexit, a que o comissário europeu classifica como “um desastre” a que é preciso agora reagir. Moedas vai dizendo que o relacionamento com o Reino Unido não pode ser de fricção.
O comissário europeu aconselha a “um trabalho em conjunto para conseguir resolver a parte do que é que nos devem e o que é que nós devemos, ou seja a parte do divórcio, e depois construir uma relação”. E sobre isto acrescenta: “Se nós vamos entrar numa fricção com o Reino Unido vamos criar situações em que nos vamos colocar a um canto, eles ou nós, e numa negociação ninguém se pode pôr num canto, senão a negociação acaba”, remata.