29 mar, 2017 - 10:22 • Susana Madureira Martins , em Malta
Manfred Weber, dirigente da CSU, partido irmão da CDU da chanceler alemã Angela Merkel e presidente do grupo parlamentar do partido Popular Europeu (PPE) dá ordem de saída ao líder do Eurogrupo. Num curto vídeo gravado à margem dos trabalhos do Congresso do PPE que está a decorrer em Malta, o dirigente alemão sublinha que a “Europa tem que ficar unida”.
A mesma mensagem recorda que “o povo grego, os italianos, os espanhóis e os portugueses sofreram nos últimos anos”, sendo por isso “inaceitável que Dijsselbloem os ataque como quem diz que eles não estão prontos para fazer qualquer tipo de reforma”.
Manfred Weber, líder parlamentar do PPE, a maior família política europeia, diz que as recentes declarações do Presidente do Eurogrupo e ministro das finanças holandês demonstram um “comportamento inaceitável, e por isso nós, como PPE, pedimos a Dijsselbloem que se demita da presidência do Eurogrupo”.
Neste curto vídeo distribuído aos jornalistas presentes em Malta pela assessoria do PPE, Weber fez questão de dizer que “ é importante sublinhar que ele é um socialista, e que até para os socialistas, as suas declarações são inaceitáveis”, e por isso “é agora hora de demitir-se”.
O congresso do PPE começou esta quarta-feira em Malta, e deverá contar com a participação de líderes europeus como a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, ou Mariano Rajoy, chefe de governo de Espanha. Portugal será representado pela líder do CDS, Assunção Cristas; Pedro Passos Coelho, presidente do PSD, tinha discurso previsto, mas cancelou a presença por razões pessoais.
A polémica começou após as declarações ao jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Zeitung", onde Jeroen Djisselbloem afirmou: "Como social-democrata, considero a solidariedade um valor extremamente importante. Mas também temos obrigações. Não se pode gastar todo o dinheiro em mulheres e álcool e, depois, pedir ajuda".
Mas apesar dos vários pedidos de emissão, o presidente do Eurogrupo não se demite. “Tenho um estilo directo” e “lamento se ofendi”, disse Dijssebloem, citado pela agência Reuters.