28 mar, 2017 - 12:16
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O Partido Popular Europeu (PPE) pediu esta terça-feira, formalmente, a demissão do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.
A iniciativa partiu do vice-presidente do PPE, o espanhol Esteban Gonzalez Pons, tendo o documento sido assinado por todos os deputados do grupo, bem como de outros políticos de várias delegações.
Além da demissão, os deputados exigem no texto um pedido de desculpas formal pelas declarações proferidas há cerca de uma semana sobre os países do Sul da Europa.
"Como social-democrata, considero a solidariedade um valor extremamente importante. Mas também temos obrigações. Não se pode gastar todo o dinheiro em mulheres e álcool e, depois, pedir ajuda", afirmou a um jornal alemão.
Mais tarde, no Parlamento Europeu, escusou-se a pedir desculpa justificando ter um “estilo directo”.
A carta do PPE foi enviada esta terça-feira de manhã a Jeroen Dijsselbloem, que pertence ao Partido Socialista Europeu.
O pedido de demissão do presidente do Eurogrupo há muito que é falado. Depois das polémicas declarações, o ministro português dos Negócios Estrangeiros foi peremptório em afirmar que "está manifesto que o senhor Djisselbloem não tem nenhumas condições para permanecer a frente do Eurogrupo".
O próprio PSE considerou uma “vergonha” que o presidente do Eurogrupo tenha insultado tantas pessoas. Serguei Stanishev, presidente do grupo socialista, considerou mesmo aquela posição “não representa o PSE”.
De Espanha, veio a reacção do ministro das Finanças, Luis de Guindos, que procura a nomeação para o lugar de Dijsselbloem. Em seu entender, as declarações do holandês foram “infelizes”.
Em Portugal, os partidos com assento parlamentar votaram pela demissão de Jeroen Dijsselbloem do cargo.
E a verdade é que, mesmo sem tais declarações, o cargo europeu ocupado pelo ministro holandês das Finanças está em risco desde as eleições na Holanda, que deram ao seu partido – o Partido Trabalhista (PvdA) – a grande derrota da noite.
O próximo Governo holandês não deverá incluir, por isso, na coligação a ser formaada o PvdA, o que deixa Jeroen Dijsselbloem numa posição fragilizada pra se manter à frente do grupo dos 19 países da moeda única.