27 mar, 2017 - 13:02 • Henrique Cunha
O bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, diz que que o interesse pela disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) aumentou entre os alunos mais velhos.
“Temos sentido uma procura crescente ao nível do secundário e uma estabilização ao nível do ensino básico”, diz D. António, que é também vogal da Comissão Episcopal da educação Cristã e Doutrina da Fé.
Em entrevista à Renascença, D. António Francisco dos Santos lamenta o facto de haver escolas sem a disciplina, que considera fundamental para a formação dos jovens: “Preocupa-nos, sobretudo, que haja escolas por inteiro que não têm EMRC. Há muito trabalho a fazer, mas, felizmente, também há muito trabalho feito e há professores extraordinários que se dedicam com qualidade e competência ao exercício da sua missão.”
A Semana Nacional da Educação Moral e Religiosa Católica, que começa esta segunda-feira, pretende analisar o trabalho feito e definir linhas de actuação futura: “A realidade do mundo que nos envolve, as preocupações com o futuro da humanidade, o questionamento com os caminhos e rumos que concretamente a Europa está a tomar e, até, alguma ansiedade perante a ausência de valores que nos dêem razões de esperança para o futuro obrigam-nos a todos e exigem de todos, e concretamente da Igreja, que saiba colocar ao serviço da afirmação dos princípios. Eu penso que hoje todos no sentimos de certo modo famintos de ouvir de novo o anúncio feliz das bem aventuranças e de dar ao futuro do nosso país, da Europa e do mundo, razões de acreditar e razões válidas para esperar que o mundo pode ser melhor e que a Igreja tem uma missão a cumprir e um contributo a oferecer.”
Nesta entrevista, D. António Francisco dos Santos sublinha também o investimento que está a ser feito “no despertar religioso ao nível da fé, quer nos jardins de infância quer no primeiro ciclo, e também a abrir o horizonte da disciplina de ENRC no primeiro ciclo”.
Noutro plano, D. António lembra o próximo Encontro Nacional da Catequese, que, de 9 a 12 de Abril vai juntar, em Santarém, os vinte secretariados diocesanos, e sublinha a importância fundamental da formação dos catequistas: “Há um elemento preponderante em toda a missão da Igreja, que é a missão exercida pelos catequistas. Estamos decididos e convencidos de que este é o eixo central da renovação da catequese, que precisamos cada vez mais para responder aos desafios do tempo presente e às exigências da pedagogia. Por outro lado, devemos estar atentos aos desafios dos tempos de hoje e sermos capazes de renovar, quer no conteúdo quer na forma de transmissão da nossa mensagem.”
D. António Francisco diz ainda que a Igreja deve “saber conviver” com os apelos que a sociedade propicia aos jovens, sendo, por isso, "fundamental" ouvi-los e "dar-lhes espaço, para se comprometerem na transformação do mundo e da Igreja”.
Esta entrevista foi
transmitida do espaço das 12h na Renascença, em que às segundas-feiras se
destacam os temas sociais e relacionados com a vida da Igreja.