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Quer apanhar ondas únicas? Em Santo André, uma vez por ano

27 mar, 2017 - 11:15 • Rosário Silva

Adeptos de surf e bodyboard aproveitam esta segunda-feira o rompimento da barra arenosa que separa do mar o corpo lagunar da lagoa.

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O tempo não está convidativo, mas nada impede os praticantes de surf e bodyboard de apanharem ondas únicas no Alentejo. Acontece há alguns anos na Lagoa de Santo André que, uma vez por ano, é aberta ao mar.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA), no âmbito do plano que está estabelecido para as Lagoas de Melides (concelho de Grândola) e de St.º André (concelho de Santiago do Cacém), procede abertura das respectivas barras ao mar.

“Os praticantes de surf e bodyboard vivem a sensação única de apanhar estas ondas ‘estáticas’ de pouca profundidade e que duram várias horas”, descreve à Renascença André Matoso, director regional do Alentejo da APA.

O rompimento da barra arenosa que separa do mar o corpo lagunar da Lagoa de Melides, deve acontecer entre as 16h00 e as 16h30, prevendo-se o rompimento da barra arenosa que separa do mar o corpo lagunar da Lagoa de Santo André, para o período entre as 17h00 e as 17h30.

Este procedimento “visa a renovação da água nas lagoas, melhorando a qualidade dos ecossistemas. Consiste na abertura de um canal profundo perpendicular ao mar, com recurso a maquinaria pesada, para que o esvaziamento seja eficiente e assim promover o arrastamento dos sedimentos lodosos do fundo”, explica.

No passado a componente balnear não tinha expressão, mas hoje não é de descurar. “Ao melhorarmos a qualidade da água das lagoas isso reflecte-se positivamente. Muitas pessoas procuram aqueles locais”.

Este é um procedimento se faz há vários séculos: para evitar que se torne um pântano, a lagoa é aberta artificialmente no início das marés-vivas da Primavera.

Outrora com recurso à força de braços e tracção animal, hoje com maquinaria pesada, é aberto um canal na areia das dunas. “Vêem-se coisas muito interessantes como espécies de peixes a subir. Eles notam a diferença de salinidade (a água doce a ir para o mar) e tentam migrar e isto é visível a olho”, conta André Matoso.

O momento da abertura e as horas que se seguem são de uma “beleza invulgar” e, é por isso, que são cada vez mais os que comparecem para assistir ao acontecimento.

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