Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Passos lembra défice de 1989. “Défice público português também foi de 2,1%"

25 mar, 2017 - 19:24

Líder social-democrata reforça que o défice de 2016 "beneficiou de uma alteração fiscal (...) que em circunstâncias normais não ocorre".

A+ / A-

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, reafirma que está "satisfeito" com a possibilidade de Portugal sair do Procedimento por Défice Excessivo, mas recusa que este seja o valor "mais baixo em democracia", como defendeu o Governo.

"Em 1989, quando era ministro das Finanças o Dr. Miguel Cadilhe e primeiro-ministro Cavaco Silva, o défice público português também foi de 2,1%. Não se trata portanto do valor mais baixo da democracia", disse Passos Coelho aos jornalistas, à margem do congresso do partido cristão-social do Luxemburgo (CSV), em que participou.

Segundo o líder do PSD, nessa altura o défice "beneficiou de uma alteração fiscal (...) que em circunstâncias normais não ocorre", considerando que o valor agora alcançado pelo executivo de António Costa também foi conseguido "à custa de medidas extraordinárias".

"Este Governo faz, mesmo com medidas extraordinárias, um foguetório imenso porque passou de 3% para 2,1%", criticou Passos Coelho, afirmando no entanto que ficou satisfeito com a redução do défice.

"Eu fico muito contente, porque prefiro mil vezes que nós possamos ter um défice mais baixo, mesmo que à custa de medidas extraordinárias e outras que não são sustentáveis".

Questionado pela Agência Lusa se o seu Governo não recorreu também a medidas excecionais para equilibrar o défice, como o Regime Extraordinário de Regularização Tributária (RERT), em 2012, ou a utilização de dinheiro da ADSE em 2015, criticada pelo Tribunal de Contas, o líder do PSD disse que o país "não está hoje à beira da bancarrota" e que o executivo "tem mais margem de manobra".

"Quando cheguei ao Governo, em 2011, tinha recebido um défice de 11%, o défice que o Partido Socialista nos tinha legado", disse Passos Coelho. "Nós dissemos claramente que só era possível atingir [as metas estabelecidas pela 'troika'] se pudéssemos tomar medidas de natureza extraordinária, e isso foi aceite na altura pela 'troika' e não foi dissimulado", sustentou.

Passos Coelho também criticou o corte no investimento público, de 1.170 milhões de euros, afirmando que "são os números mais baixos da democracia em termos de investimento público".

"Nós, quando estivemos no Governo, tivemos de adoptar políticas muito restritivas que causaram às pessoas menores recursos para serem distribuídos, porque nós não os tínhamos para distribuir, mas ninguém pensará que os Governos tenham de actuar todos os anos nessas circunstâncias", sustentou.

O líder do PSD defendeu também que Portugal precisa de outras políticas para poder crescer.

"É bom podermos dizer para o exterior que o défice desceu (...), mas é preciso dar confiança às pessoas para investirem em Portugal, e isso exige estabilidade e políticas de que normalmente os partidos que apoiam o Governo não gostam - é-lhes difícil apoiar, como se viu no passado, políticas mais amigas dos investidores e dos mercados, e nós sem investimento e sem investidores não vamos conseguir crescer mais", afirmou.

Passos Coelho participou hoje no Congresso Nacional do CSV no Luxemburgo, em ano de eleições locais em ambos os países.

O líder do PSD recordou que os dois partidos - ambos na oposição - venceram as últimas eleições legislativas sem no entanto conseguirem formar Governo, e apelou para a participação política dos portugueses nas eleições locais.

"É muito importante para a plena integração social e política que o recenseamento possa ser feito e que, nos termos da lei, as pessoas possam não apenas votar mas até candidatar-se", defendeu.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • otário cá da quinta
    27 mar, 2017 coimbra 12:38
    Se pensasses e falasses em alguma coisa de positivo, serias um valentão e podia ser ... !!!!!!!!!!!!!
  • xico
    26 mar, 2017 lixa 15:29
    Há um tempo para tudo e o tempo de Passos já acabou,se ele não vê.....é porque de inteligente nada tem,assim como as "almas" que tentam apoiá-lo.
  • Petervlg
    26 mar, 2017 Trofa 14:03
    Devemos ficar contentes com as manobras contabilísticas. vamos ser sério, todos os que andam informados, sabem que o que foi com manobras contabilísticas que se «chegou a este valor, é bom para Portugal? no imediato sim, mas alguém vai voltar a ter que pagar isto, e sabemos que será o povo,ficando, como é normal, de fora os políticos e os banqueiros
  • Eborense
    26 mar, 2017 Évora 13:16
    O Dr. Passos não tem razão nenhuma em nada do que diz. Portugal está muito bem e recomenda-se. Um País da nossa dimensão que se endivida em 50 milhões de euros por dia só pode estar bem e com um futuro risonho pela frente. Força Sr. Costa, irmãs Mortágua, Dr.(a) de Teatro Catrina e Tio Jerónimo. Força Geringonça.
  • Luis
    26 mar, 2017 Lisboa 11:42
    Ó Passos não te preocupes em fazer comparações de mherda. Já ninguém liga patavina às tuas imbecilidades. Preocupa-te é com o Dôtô Relvas que já está a tratar-te da saúde. Prepara o balde da cola e a talocha que vais ter que voltar a colar cartazes.
  • Guedes
    26 mar, 2017 Lisboa - Belém 11:27
    Mais uma peta do Passos! 2,9% em 1989! Ahahahah
  • Nuno Coimbra
    26 mar, 2017 Cruzes 10:40
    Tenham calma... Se queriam que fosse ele o nosso primeiro ministro deveriam ter votado nele. Ele não tem culpa de ter existido em Portugal um golpe de Estado. O pantomineiro Kostov não quer outra coisa senão a completa destruição do país. Eu sei que não gostaram que ele tivesse dito "que se lixem as eleições..." mas o homem é assim, prefere dizer a verdade. Ninguém estava preparado, e então ficaram aziados e pimba , preferiam um pantomineiro! Agora aguentem com ele, porque o lacaio martelo não o vai tirar de lá! Como diz o outro também ele muito aziado e intlectualmente azocrinado,... "Adeus, pessoas!"
  • 25 mar, 2017 aldeia 22:47
    o "novo" velho do Restelo!......Sem soluções para Portugal.
  • nesta epoca
    25 mar, 2017 lx 22:04
    Andava este aldrabilhas, rapazola tal como hoje, a colar cartazes por não saber fazer mais nada na vida! Quando se comparam coisas que não são comparáveis, face às circunstancias e contextos, como é que se pode ser intelectualmente honesto? Esse ano era um ano de vacas gordas, com milhões a entrarem em Portugal, para podermos entrar no pelotão da frente! Recordam-se? Palavras de quem?...Até um banco da laranjada foi criado para os contribuintes estarem agora a pagar os crimes dos seus "banqueiros". A isso não se refere o trafulha!
  • Juno Cunha
    25 mar, 2017 Guincho 20:20
    Mentira. Basta ir ver ao Pordata. Junta-lhe mais 1,7% e estás lá Passos.

Destaques V+