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​Autárquicas. Dirigente do PSD reconhece “ruído negativo” dentro do partido sobre candidatura a Lisboa

22 mar, 2017 - 10:37 • José Pedro Frazão

José Matos Correia diz que decisão de escolher Teresa Leal Coelho para Lisboa é partilhada por várias estruturas do partido e não apenas do líder do PSD. O deputado social-democrata assegura boas relações com o CDS, mas admite que Cristas acabou por dificultar o cenário de uma coligação na capital.

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Matos Correia admite “ruído negativo” dentro do PSD sobre candidatura a Lisboa
Matos Correia admite “ruído negativo” dentro do PSD sobre candidatura a Lisboa

Membro do núcleo duro de Passos Coelho na direcção do PSD, José Matos Correia alarga a responsabilidade pela escolha de Teresa Leal Coelho como candidata do PSD à Câmara de Lisboa. O dirigente social-democrata considera natural que Passos se tenha envolvido directamente no processo mas assegura que o nome foi acolhido de forma quase unânime em várias instâncias do partido.

“Teresa Leal Coelho não é uma decisão de Pedro Passos Coelho. Passos Coelho é presidente da Comissão Política Nacional, teve envolvimento directo na escolha do candidato à Câmara Municipal de Lisboa, que mereceu apoio unânime da Comissão Política Nacional e quase unânime da Comissão Política Distrital. Portanto estamos todos responsabilizados nessa decisão”, afirma José Matos Correia no programa “Falar Claro” em debate com José Vera Jardim.

Matos Correia reconhece que as tensões com a concelhia de Lisboa, crítica do processo e da escolha para Lisboa, deixaram marca. “Não nego que a actividade de outras estruturas do partido pode ter gerado algum ruído na comunicação que é negativo para o partido e para a candidatura”, afirma o deputado do PSD que diz não entender a crítica à escolha da candidata a Lisboa. “Dizer que o Partido Social-Democrata não tem um candidato à altura do que devia ter quando estamos a escolher alguém que é vice-presidente do partido, presidente de uma das mais importantes comissões parlamentares e que é vereadora da CML.”

Questionado sobre se Teresa Leal Coelho é de facto uma solução de recurso, Matos Correia reconhece que Pedro Santana Lopes era a primeira escolha para a capital. Contudo, acrescenta o dirigente do PSD, ninguém podem sentir-se uma segunda escolha pela circunstância de Santana Lopes ter sido a primeira. O dirigente do PSD sublinha ainda que o coordenador autárquico do PSD clarificou a sua posição sobre a candidatura de Teresa Leal Coelho, corrigindo a ideia que tinha veiculado de “indiferença” face aos resultados em Lisboa.

Cristas e o obstáculo à coligação

O também presidente do Conselho Estratégico do PSD considera que a partir do momento em que Assunção Cristas anunciou que ia ser candidata do CDS a Lisboa sem uma concertação prévia mais demorada com o PSD colocou obstáculos a uma coligação entre os dois partidos nesta corrida.

“A melhor maneira de fazer uma coligação não é seguramente dizer “sou candidato e os outros que venham cá para fazer a coligação”. Se eu lhe disser que amanhã vou mesmo ali, não estou a perguntar-lhes se querem ir comigo. Estou a dizer que vou e se quiserem vir que venham. A partir desse momento, a possibilidade de coligação estava pelo menos mais dificultada”, argumenta Matos Correia na Renascença.

O dirigente do PSD assegura boas relações entre os dois partidos - “olhe para o que se tem passado no Parlamento” - sublinhando que haverá pelo menos mais 10 coligações PSD/CDS face às ultimas autárquicas.

Comentários
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  • Filipe
    22 mar, 2017 évora 12:28
    Se dentro de um partido existe oposição declarada e são em todos , veja-se como afastaram Seguro , Portas afastou Manuel Monteiro e talvez agora uma conspiração para afastar Sócrates , imagine-se dentro de instituições como tribunais , oposição entre magistrados que levam os cidadãos a sofrer na pelo a negação dos Direitos Humanos . Mas que país é este ? TUDO indica que já o dizem ... " os Portugueses só querem praia ! " e " só querem vinho e mulheres " , pois está claro , faltou dizerem ainda : " só querem mamar por baixo da mesa ! " . Imaginemos o que era o Benfica se metade dos sócios fossem do Sporting e alguns do Porto . A bem dizer ou criam confiança no povo de uma vez por todas ou o que assistimos e´cada vez mais votos nos concorrentes dos programas mediáticos e quase nenhuns votos em políticos .
  • Jorge
    22 mar, 2017 Sintra/Queluz 12:09
    A derrota do PSD nas próximas autárquicas, será também uma derrota estrondosa de Passos Coelho e posterior congresso, para a sua saída. Será Rui Rio o homem que se segue? Se for, seguramente a vida será mais difícil para António Costa. .....Daí que será pacífico inferir, que para o P.S. até era bom, que Passos, mesmo derrotado, continuasse à frente do PSD.Coisas da política.....

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