21 mar, 2017 - 14:29 • André Rodrigues
O presidente da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), João Machado, considera que a reforma das florestas anunciada pelo Governo é globalmente negativa porque não resolve os principais problemas do sector.
"Temos uma reforma florestal que tem um conjunto de diplomas - que são 12 - e não atinge o âmago da questão, que é prevenir os fogos florestais", começa por apontar o presidente da CAP, em conferência de imprensa.
João Machado defende que o conjunto de medidas aprovadas esta terça-feira pelo Governo também "não atinge aquilo que é um flagelo no nosso país, nos últimos anos, que é o abandono de terras que se tornam matos".
"O abandono de terras que se tornam de matos é muito superior àquilo que são as plantações florestais e o eucalipto é só uma pequena parte disso. Portanto, o abandono cresce a um ritmo muito superior à área florestal, a área florestal até tem diminuído."
"Esta reforma proíbe a plantação de eucaliptos em novas áreas e João Machado critica que se coloque um travão a uma actividade que é rentável em Portugal e que pode ser a resposta para terrenos que estão abandonados: "Privamos o país de investir na espécie florestal que mais rendimento dá aos produtores e que tem, obviamente, mais receptividade por parte da produção e, em simultâneo, impossibilitamos que terrenos que estão, neste momento, com outras espécies florestais ou abandonados e que têm matos sejam florestados."
"Globalmente, a reforma é negativa para o nosso país", rematou o presidente da CAP.