Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Passos tem estratégia para ganhar eleições

20 mar, 2017 - 17:20

Líder do PSD foi questionado por um empresário sobre como é que o partido poderá novamente voltar ao poder. E respondeu.

A+ / A-
Paula Caeiro Varela e a estrategia de Passos para vencer eleicoes - 20032017

Ouça a reportagem de Paula Caeiro Varela


O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou esta segunda-feira que o partido só poderá voltar ao poder "se não tiver medo de perder" e defendeu que deve ser dado tempo ao actual Governo para ser responsabilizado pelas suas políticas.

Num almoço organizado pelo Fórum de Administradores de Empresas (FAE), em Lisboa, Passos Coelho foi questionado por um empresário sobre como é que o partido poderá novamente voltar ao poder e reganhar eleitorado como os funcionários públicos e os pensionistas.

"A estratégia é não ter medo de perder, essa é a estratégia", respondeu Passos Coelho.

E acrescentou: "Nós não temos nenhuma possibilidade de acomodar políticas generosas, do ponto de vista financeiro, quer para os pensionistas quer para os funcionários públicos. Por mim, o PS pode lá ficar à vontade, terá tempo para explicar aos portugueses por que é que não tem dinheiro para isso".

O líder do PSD assumiu-se como defensor da estabilidade, não só para dar tempo a um Governo de definir as suas políticas sem pensar em eleições, mas também para que haja tempo de assumir a responsabilidade pelas mesmas.

"A minha confiança em que o PSD pode ter um bom resultado para o futuro resulta da minha confiança de que a equação como está a ser gerida não é sustentável", disse, acusando o Governo de "degradar a qualidade dos serviços públicos" em áreas como a educação e saúde para sustentar as políticas de reposição de rendimentos.

"Enquanto for possível disfarçar o mal-estar associado a isso com salários e outras medidas indirectas, a coisa politicamente gere-se, no dia em que esse efeito se desvanecer fica a exiguidade orçamental", acrescentou, defendendo que "o tempo é muito relevante".

Avisos à maioria de esquerda

Em resposta a outro orador, Passos Coelho voltou a alertar o Governo que não conte com o PSD para o apoiar em matérias em que o PS tem posições divergentes do PCP e BE, como a dívida ou a manutenção do euro.

"Se o Governo depender de nós para fazer esse tipo de opções, tire o cavalinho da chuva, a responsabilidade política tem de ser completa e não parcial", disse.

Passos Coelho alertou ainda que "se a imposição progressiva de condicionamentos por parte de PCP e BE se intensificar", os tempos mais próximos poderão ser de "aceleração de problemas e não de resolução de problemas".

"Muitas vezes diz-se que as pessoas não gostam de mensageiros que dizem aquilo que as pessoas não gostam de ouvir", afirmou, considerando que qualquer político tem de "conciliar a mensagem de responsabilidade" com o "desafio de ser ouvido".

Sócrates e TSU

O líder do PSD disse já ter visto no passado políticos "muito bem recebidos no curto prazo e muito mal recebidos no longo prazo", desejando que os portugueses não coloquem "todos no mesmo saco".

"Nós não somos todos iguais, não somos mesmo, quem hoje desenvolve a política económica terá de responder por ela, de preferência sem inventar uma frase banal como ouvi em 2011, que o mundo tinha mudado muito numa semana", disse, numa referência ao ex-primeiro-ministro José Sócrates.

Um outro orador perguntou a Passos Coelho se entenderia que uma medida como a que tentou em 2012, de redução da Taxa Social Única (TSU), seria hoje útil para financiar o Estado social.

Na resposta, Passos assumiu o fracasso da medida – que acabou por nunca avançar – e considerou que não haveria condições de a tentar.

"Não creio que haja condições na sociedade portuguesa para a repetir, desde logo porque empresários e gestores têm medo dela, foram eles que condenaram a medida na altura de forma directa", justificou.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • APARAGALHOS
    23 mar, 2017 SÍTIO MUITO MANHOSO 16:53
    ... E TAMBÉM QUE OS PORTUGUESES NUNCA ESQUEÇAM QUE O GATUNO DE REFORMADOS TAMBÉM DISSE OUTRAS COISA, COMO: - OS PORTUGUESES TÊM QUE EMPOBRECER; - OS PORTUGUESES SÃO PIEGAS ; - O SALÁRIO MÍNIMO TEM QUE DESCER; - OS PORTUGUESES TÊM QUE EMIGRAR ; - QUE SE LIXEM AS ELEIÇÕES ; E OUTRAS BACORADAS QUE NÃO AS REPITO POR SEREM NOJENTAS ! Ah ... não pertenço a nenhum bando / partido / seita, MAS ESTE GOVERNO É O MELHOR QUE TIVEMOS DESDE O 25 DE ABRIL DE 1974. PENSAMOS ASSIM PELO SIMPLES FACTO DE A ESQUERDA ESTAR UNIDA E DEVE CONTINUAR ASSIM . . . SEMPRE ! ! !
  • APARAGALHOS
    23 mar, 2017 SÍTIO MUITO MANHOSO 16:48
    ESTRATÉGIA DE UM GATUNO: ROUBAR POBRES, ROUBAR POBRES, ROUBAR POBRES, ROUBAR REFORMADOS, ROUBAR REFORMADOS, ROUBAR QUEM TRABALHA, ROUBAR QUEM TRABALHA, ROUBAR QUEM TRABALHA !!! É esta a estratégia !!!
  • DR XICO
    21 mar, 2017 Lisboa 11:27
    Passos não tem nada de novo a apresentar aos trabalhadores e desempregados de Portugal, Promete guerra à função publica como um bando de parasitas e chulos do país, os desempregados são malandros devem emigrar, devem ajudar-se os patrões porque estão a perder qualidade de vida, já nem podem ir jantar à Quinta do Lago com os amigos e pagarem do saco azul da empresa milhares €. São os mesmos a comer É PARA OS RICOS
  • JULIO
    21 mar, 2017 vila verde 10:29
    Se queres ganhar eleicões tens que arranjar tacho para muita gente mesmo que o pais caia na banca rota, de outra maneira os parasitas arrazam contigo
  • Cidadão
    21 mar, 2017 Lisboa 09:54
    Cortes de pensões e salários, aumentos de impostos, fecho de serviços públicos imediatamente substituídos por privados com o cartão do partido, diabolização de tudo o que é público e da "peste grisalha"... Ou seja, mais do mesmo. Este fulano é o melhor seguro de vida para a dita geringonça: não aprendeu nada com as derrotas nem percebe o sentir das sondagens que deixam o PSD nas ruas da amargura. E só fala em "dar tempo" ao governo porque sabe que Eleições agora significavam PS à beira da Maioria Absoluta e PSD com 15-18 deputados a menos. Assim já não lhe interessam eleições já. Espanta é o PSD não ver o buraco para onde este betinho o está a levar e manterem-no no lugar.
  • a estratégia
    21 mar, 2017 lx 09:27
    Da farsolice e da mentira compulsiva! Já mete nojo este trapaças, convencido que pode enganar todos! Vai enganando os correligionários que com ele empobreceram o pais porque não havia alternativas!
  • Martins
    21 mar, 2017 LX 08:53
    Os avisos sobre a falta de reformas estruturais em Portugal são cada vez mais. Mas como sempre os portugueses fazem de conta que não é nada com eles. O Passos está cheio de razão. O país está ser conduzido de novo para o descalabro, mas é assim que querem. A extrema esquerda que domina o governo, o presidente, os media.
  • João Lopes
    20 mar, 2017 Viseu 22:10
    A geringonça social-comunista está a levar o País apressadamente para o desastre. E claro, a seguir lá terá de vir outra vez Passos Coelho, para, com os portugueses, erguer o País!
  • Filipe Cunha
    20 mar, 2017 Leiria 20:25
    Resumindo este monstro deseja o mal de Portugal para assim voltar ao tacho. Ideias? NADA! Um zero, uma nulidade, um vazio total.
  • AP
    20 mar, 2017 Leiria 19:55
    É uma tristeza esperar ganhar outra vez o poder baseado na pouca sorte dos pensionistas, naqueles que menos têm. Espero que um dia se faça justiça e se revele a situação que a sua (e dos companheiros) política nos colocou. Ele que teve medo de se meter com os banqueiros. Sobre a TSU toda a gente sabe a quem esta medida iria beneficiar. Não era as PME. Era os grandes empregadores, principalmente na distribuição. Por isso não venha dizer que foram os empresários que não quiseram. Os trabalhadores é que não deixaram. E não falo no promotor por respeito, porque já faleceu.

Destaques V+