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Bloco critica orçamento "vergonhosamente baixo" para a cultura

19 mar, 2017 - 21:40

Catarina Martins lamenta que não se registe evolução, comparando com os orçamentos do Governo PSD/CDS.

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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) critica o "vergonhosamente baixo" orçamento para a área da cultura do actual Orçamento do Estado, sublinhando que é "igual, se não pior, aos orçamentos para a cultura do tempo do PSD/CDS".

"O Orçamento do Estado para a Cultura não só é vergonhosamente baixo e igual, se não pior, aos orçamentos para a Cultura do tempo do PSD/CDS, como não se regista nenhuma evolução, nem no que diz respeito à forma como se encaram os equipamentos públicos de cultura, nem o tecido profissional da cultura, nem mesmo a saudável, democrática e transparente forma de se poder distribuir os poucos e escassos meios que existem para a cultura", afirmou a líder bloquista, Catarina Martins, no encerramento da sessão pública "Viver a Cidade - o que fazer com a Cultura?", organizada no Porto pelo BE.

Assegurando que "para o BE a política cultural não está esquecida", Catarina Martins garantiu que o Bloco fará "tudo, não apenas do ponto de vista da disputa local nas eleições autárquicas, mas também no debate no Parlamento, para que a cultura não fique de fora e possa ter, pelo menos, um orçamento um pouco mais decente".

Para Catarina Martins, "é um problema" para Portugal "que a cultura continue de fora do acordo para parar o empobrecimento do país" e esquecida nas políticas públicas.

A este propósito, a coordenadora bloquista criticou a líder do CDS, Assunção Cristas - que é candidata à Câmara de Lisboa e apoiante de Rui Moreira no Porto - por "recentemente, ao olhar "para uns terrenos onde se pode construir", ter tido a "ideia fantástica" de sugerir que nessa construção houvesse "apartamentos para arrendar com rendas entre os 500 e os 1.300 euros", que considerou um preço "já adequado" por se tratar de "uma zona servida de transportes públicos e serviços públicos".

Comentando que "a renda mais baixa para um T0 já começava acima do salário mínimo líquido", pelo que "um T2 custará certamente mais do que é o salário médio líquido em Portugal", a líder do BE criticou que "para a direita" seja "normal que quem trabalha a tempo inteiro e recebe o salário médio não possa viver nos sítios das cidades onde há transportes e serviços públicos".

"Onde pode então viver quem faz este país", questionou, defendendo a "responsabilidade das políticas públicas centrais e locais" no assegurar de "rendas controladas que respondam ao que as pessoas possam efectivamente pagar tendo em conta os seus salários", em oposição a "esta ideia de que só têm acesso às cidades os privilegiados".

E, sustentou, se a proposta de Assunção Cristas "de que rendas razoáveis é entre 500 e 1.300 euros" prova que "a direita que aumentou o preço das rendas no país será incapaz de dar uma resposta pelo direito das pessoas, da mesma forma também o Partido Socialista não [o] é, como se vê com Medina em Lisboa ou com o apoio a Rui Moreira no Porto".

Sustentando que "a conquista do direito à cidade é feita à esquerda", a líder do Bloco defendeu que "o direito à cidade e à habitação depende, em grande medida, da força que o BE possa ter nas próximas eleições autárquicas".

Também presente no encerramento da sessão pública, o candidato bloquista à Câmara do Porto nas autárquicas do próximo outono, João Semedo, criticou a actual "política espectáculo, da fantasia e da ilusão", ironizando que se "há uns anos" o então autarca do Porto Rui Rio responderia à questão "o que fazer com a cultura tirando do bolso uma máquina calculadora", o actual presidente da Câmara, Rui Moreira, "tirava uma 'selfie'".

Afirmando que a sua candidatura convidará "a ver para além da cortina da ilusão", Semedo criticou a pressão gerada pelo crescimento do turismo no Porto, considerando que mais do que uma "economia que beneficia a cidade", é "um negócio que beneficia alguns".

Na sua intervenção, o ex-coordenador do BE considerou "estranho" que CDS e PS apoiem o mesmo candidato à Câmara do Porto -- o independente Rui Moreira -- e assegurou que a sua candidatura assentará numa "proposta e num projecto socialistas" que pretendem mobilizar "os socialistas e a esquerda".

Comentários
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  • feijão frade
    20 mar, 2017 Santarém 22:21
    Esta menina de duas caras passa os dias a criticar um governo que sustenta e a assinar por baixo tudo aquilo que o mesmo aprova pretendendo com isto estar a bem com todos!.
  • Beaver
    20 mar, 2017 Fornos de Algodres 09:11
    Oh, Sô Dôtôra, pode sempre dar metade do que o BE e os seus deputados recebem da Assembleia, para ajudar a Cultura !!!!! Ou pedir ao seu amigo Maduro, uns litritos de petróleo para financiar as peças de teatro que ninguém quer ver !!!!!
  • Carlos
    19 mar, 2017 Lisboa 22:03
    ahahaah então ela aprovou o OE17 e agora queixa-se como se não fosse nada com ela???? a vendedora de banha da cobra, campeã da demagogia, não tem vergonha????? o governo é dela, não se do que se queixa... é preciso lata....

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