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Defesa de Sócrates diz que "honra e autoridade" da PGR podem ficar em causa

15 mar, 2017 - 22:41

Em declarações à Renascença, o advogado João Araújo afirma que Joana Marques Vidal não pode aceitar a prorrogação do prazo por mais dois meses, como pediu esta quarta-feira o Ministério Público, em defesa da própria PGR.

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A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, rejeita o prolongamento da “Operação Marquês” ou perde a autoridade, afirma a defesa de José Sócrates.

Em declarações à Renascença, o advogado João Araújo afirma que Joana Marques Vidal não pode aceitar a prorrogação do prazo por mais dois meses, como pediu esta quarta-feira o Ministério Público, em defesa da própria PGR.

“[Joana Marques Vidal] Deve defender a honra e a autoridade da Procuradoria-Geral da República, deve honrar o prazo que terminou, sob pena de perder autoridade. Deve indeferir. Deferir um pedido de prorrogação de um prazo que ela marcou põe em crise a sua autoridade e a dignidade do cargo”, afirma João Araújo.

“O processo penal caracteriza-se pelo contraditório, as pessoas têm o direito a ser ouvidas, convinha que se ouvisse os arguidos”, sublinha o advogado de José Sócrates.

A equipa do Ministério Púbico (MP) que investiga a “Operação Marquês” pede, pelo menos, mais 60 dias à procuradora-geral da República, que já tem em mãos o despacho com pedido de prorrogação do prazo, confirmou a Renascença junto de fonte judicial.

Está agora nas mãos de Joana Marques Vidal decidir se a investigação tem até Maio para consolidar provas ou não. Sendo certo que nesta altura os investigadores não estão em condições de apresentar um despacho final na sexta-feira, último dia do prazo dado pela PGR.

José Sócrates é o principal arguido da "Operação Marquês". Está indiciado pelos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, numa investigação que conta, até ao momento, com 25 arguidos - 19 pessoas e seis empresas, quatro das quais do Grupo Lena - estando a decisão do Ministério Público de acusar ou arquivar o processo marcada para a próxima sexta-feira.

Entre os arguidos estão o ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e antigo ministro socialista Armando Vara, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, ex-administradores da PT, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Hélder Bataglia.

Comentários
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  • Para refletir...
    16 mar, 2017 Almada 14:29
    Não percebo qual o problema, em relação ao prazo, só tem de ser aplicada a lei. E ela tem de ser clara, senão não há uma lei mas várias!
  • Eborense
    16 mar, 2017 Évora 14:08
    Há uma coisa que todos sabemos. A honra do Sr. Sócrates, essa não está em causa e não está, por uma única e simples razão. É que ele não a tem!
  • Antonio Ferreira
    15 mar, 2017 Porto 23:46
    O povo português começa, finalmente , a ver que tipo de classe são os advogados. Os advogados, independentemente do dinheiros que recebem dos seus clientes, deviam dar prioridade à verdade e deixar que as investigações sigam o seu curso normal. Não é fácil, todos sabemos, fazer uma investigação deste tipo, com uma rede mafiosa montada e que se julgava acima da lei e pensava que nunca ninguém iria descobrir os seus desmandos. É preciso dizer que este tipo de pessoas, sem escrúpulos, levam; empresas e países à falência se necessário for e o povo paga tudo. A PT é um dos casos mais lamentáveis que existe. Eu reconheço que não é fácil conseguir as provas que as leis, por vezes, exigem para se fazer justiça. Mas isso não significa que o crime não exista. Todos sabemos que há casos, onde não houve condenações e todos sabemos que houve crime, mas a escutas não foram consideradas, outra diferença entre; Portugal e os EUA, por exemplo, onde isso não acontece. Antes de falecer, um distinto e grande advogado, deste país, dizia que nem todos os casos lhe interessavam. Havia casos em que, por uma questão de; honra e deontologia profissional não lhe interessavam e, recusava-os. Hoje vemos advogados a defender os maiores bandidos, com uma arrogância tal, que ficamos com algumas dúvidas sobre quais são os seus interesses. Não tenho procuração para tomar partido seja de quem for, mas tenho de dizer que:- tomara muitos advogados terem a honra tão intocável quanto a actual PGR.
  • Marco Almeida
    15 mar, 2017 olhão 23:33
    Mexilhão, primeiro vá estudar Direito, depois diga de sua justiça, até lá se não sabe cale-se
  • mexilhao
    15 mar, 2017 aqui perto 22:56
    ...à falta de argumentos para a defesa, nada melhor do que a "honra" da procuradora!! Tristeza de advogados, a classe profissional corrupta deste país!!

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