13 mar, 2017 - 22:34
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A Direcção-Geral de Saúde (DGS) revelou esta segunda-feira que há um caso confirmado de "doença dos legionários" numa fábrica na Maia, Porto, e outros seis "em estudo", tendo sido tomadas "todas as medidas para controlar o problema e prevenir novas ocorrências".
Um trabalhador de uma empresa onde foi detectada a bactéria esteve internado com pneumonia mas já teve alta. O caso foi detectado a 27 de Fevereiro, contudo a confirmação só chegou agora, apurou a Renascença junto da DGS.
Há outros seis casos suspeitos ainda em análise, mas nem todos são funcionários da empresa onde foi detectado o foco.
O director-geral de saúde, Francisco George, disse à Lusa que "o Instituto Ricardo Jorge identificou a relação causa-efeito entre as secreções pulmonares de um doente com pneumonia provocadas por uma bactéria que é a mesma detectada na água da torre de arrefecimento da respectiva empresa fabril".
De acordo com Francisco George o caso confirmado esta segunda-feira pela Direcção-Geral de Saúde (DGS) foi sinalizado na última semana de Fevereiro.
"Todas as medidas foram tomadas para controlar o problema e prevenir novas ocorrências. Prosseguem os estudos em mais sete casos que foram diagnosticados nas últimas semanas", disse Francisco George.
De acordo com o director-geral de saúde, as medidas tomadas em conjunto com a Inspecção-Geral do Ambiente vão no sentido de "controlar a situação de 'cluster' de doença dos legionários ocorrida numa empresa fabril da Maia".
Francisco George não quis, para já, adiantar qual a fábrica afectada pelos casos de 'legionella', nem se a unidade foi encerrada.
A doença, provocada pela bactéria 'legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.
Câmara queixa-se de falta de informação
Este é um caso que está a merecer críticas por parte do presidente da Câmara da Maia. Em declarações à Renascença, Bragança Fernandes lamenta ainda não ter sido informado oficialmente.
“Eu estou a saber pelos jornalistas. Ninguém falou com a Câmara Municipal. Não sei, não ouvi, ninguém me disse nada. Não percebo qual é a metodologia nem posso actuar, porque não sei qual é a fábrica sequer”, lamenta.
Para o autarca, antes de fazer o comunicado, a “DGS antes devia falar com Câmara e com o responsável da Protecção Civil para nos podermos adaptar e no caso de ter acontecido algo estarmos prontos para ajudar a população”.
“O Sr. director-geral alertou toda gente e os jornalistas se não falou com o responsável máximo do concelho… que sou seu”, desabafou.
Sobre estas críticas, o director-geral da Saúde, Francisco George, preferiu não gravar qualquer declaração, garantindo apenas que a delegada regional de saúde tem conhecimento da situação e é com ela que a autarquia deverá falar.
[notícia actualizada às 10h00 do dia 14]