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Costa defende mudanças rápidas na liderança do Eurogrupo

09 mar, 2017 - 23:55

Primeiro-ministro espera que o próximo presidente seja "capaz de dar um sinal positivo para a construção dos consensos".

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Costa defende mudanças rápidas na liderança do Eurogrupo
Costa defende mudanças rápidas na liderança do Eurogrupo

O primeiro-ministro congratulou-se com a reeleição de Donald Tusk, considerando que a presidência do Conselho Europeu está bem entregue, assim como a da Comissão Europeia, com Jean-Claude Juncker, mas disse esperar que "rapidamente" haja uma mudança no Eurogrupo.

"Podemos contar com Jean-Claude Juncker na Comissão e com Donald Tusk no Conselho, são duas mais-valias que nós temos tido, e esperemos que rapidamente, com a mudança da presidência do Eurogrupo, possamos também ter no Eurogrupo um novo presidente capaz de dar um sinal positivo para a construção dos consensos que são essenciais para podermos ter uma zona euro mais estável e que seja um factor de união entre todos os países da zona euro", disse em Bruxelas, à margem de um Conselho Europeu.

O holandês Jeroen Dijsselbloem cumpre um segundo mandato à frente do fórum de ministros das Finanças da zona euro, que termina em Janeiro de 2018, mas poderá cessar funções mais cedo em função do resultado das eleições legislativas na Holanda agendadas para 15 de Março.

Sobre a reeleição de Tusk, que teve o voto favorável de 27 Estados-membros e apenas a "oposição exclusiva do seu próprio país", a Polónia, Costa considerou que foi uma escolha óbvia.

"Foi, em primeiro lugar, um sinal de unidade, de que não estamos disponíveis para ver contaminado o debate europeu por questões de política interna. Em segundo lugar, (resultou) de uma avaliação globalmente positiva que todos fazemos do esforço e do trabalho de Donald Tusk, que tem procurado construir pontes entre os diferentes Estados-membros - os do Leste e do Ocidente, os do Norte e do Sul, os pequenos e os grandes -, num contexto que, como todos sabemos, tem sido difícil para a UE, e onde ele tem sido um bom ator e dinamizador de consensos", considerou.

A insólita oposição do Governo polaco à reeleição de Tusk prendia-se com a antiga e conhecida animosidade entre o atual presidente do Conselho Europeu e Jaroslaw Kaczynski, líder da principal força política polaca, o partido ultraconservador Direito e Justiça (PiS), no poder, que decidiu então apresentar o seu próprio candidato, o eurodeputado Saryusz-Wolski, um "ilustre desconhecido" em Bruxelas, que só contou mesmo com o apoio de Varsóvia.

"Sabe, nem todos têm a boa tradição portuguesa, de apoiar os candidatos nacionais. Quando o dr. Durão Barroso foi candidato a presidente da Comissão (2004), eu próprio era deputado europeu e votei favoravelmente a eleição do dr. Durão Barroso. No ano passado, quando o engenheiro António Guterres foi candidato a secretário-geral das Nações Unidas, não houve nenhuma força política portuguesa que não apoiasse a candidatura do engenheiro António Guterres. Estas são boas tradições, que aliás nos devem honrar", comentou Costa.

Comentários
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  • ver para crer!
    11 mar, 2017 Santarém 23:03
    Cheira-me a medo nestes últimos tempos da politicada europeia em relação à tendência de voto que se vem verificando por parte dos europeus, vêm agora aí as eleições em alguns países e vamos a ver se não irá provocar fortes diarreias nestes senhores.
  • Jacinto
    11 mar, 2017 Covilhã 01:25
    Só quem desconhece a realidade polaca na sua atual complexidade, poderia fazer semelhantes afirmações politicamente corretas. A verdade é que o Tusk esteve envolvido, ainda como primeiro ministro, em pelo menos um caso da corrupção grave (o chamado "Amber Gold"). Enquanto presidente co Conselho Europeu não teve contenção e imparcialidade necessárias, intervindo à favor da oposição e criticando o governo - alguém assim devia ser apoiado pelo estado? Por favor! Além disso, chamar o Saryusz-Wolski de um 'ilustre desconhecido', revela ignorância relativamente ao funcionamento dos meandros das estruturas de Bruxelas.
  • Eborense
    10 mar, 2017 Évora 19:18
    Eu ia mais para uma das irmãs Mortágua.
  • Zé das Coves
    10 mar, 2017 Alverca 08:45
    Há muito tempo que merecíamos um Primeiro Ministro como este !
  • Alberto
    10 mar, 2017 Funchal 08:45
    E que tal sugerir Catarina Martins!!?

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